"Neste momento, acreditamos que as perspectivas (sobre uma solução para a crise) são muito boas. Nos dá a impressão de que o pior já passou", disse Graziano em entrevista à BBC Brasil. Segundo ele, os preços dos principais produtos, como o trigo e o arroz, estão se estabilizando e que "a produção de quase todos os cereais tem registrado um crescimento muito significativo e espera-se alcançar um recorde mundial em 2008".
Depois de meses de manchetes alarmantes sobre o aumento contínuo dos preços dos alimentos, a FAO acredita que a situação mundial de oferta e demanda melhorará graças a um aumento da produção mundial de cereais de 2,8%. Segundo Graziano, esse aumento na produção será especialmente marcante na América Latina, onde ficará em torno de 5,7%. "Os países do Mercosul, incluindo o Brasil, têm aumentando sua produção, o que tem contribuído para frear a escalada dos preços", afirmou.
No entanto, a América Latina vive um paradoxo, já que produz mais do que consome e "os mais pobres são os pobres do campo, que são os que produzem os alimentos". Para ele, a solução está em políticas de proteção aos setores mais vulneráveis e no estímulo à agricultura familiar.
"A alta nos preços dos alimentos pode representar uma oportunidade de melhora das receitas. Isso se os países têm políticas de apoio à agricultura familiar, às infra-estruturas nas zonas rurais", afirmou.
Sobre a inflação, o diretor da FAO disse que o grande problema na América Latina é que ela afeta os pobres em dobro. "A inflação média na região está em cerca de 6%, mas o impacto sobre os mais pobres chega a 12% e isso acontece porque a maior parte de sua renda vai para o consumo de alimentos", afirmou.
Mesmo assim, Graziano afirma que o impacto que as medidas antiinflacionárias terão sobre o crescimento é ainda mais preocupante. "A maior parte dos bancos centrais, por recomendação das instituições financeiras internacionais, começaram a aumentar as taxas de juros. Isso vai afetar o crescimento, e o crescimento para a América Latina é vital", afirmou.
Segundo Graziano, a FAO reconhece que os combustíveis têm tido um impacto importante no aumento dos preços dos alimentos, mas afirma que é preciso esclarecer a que tipo de biocombustível a organização se refere. "A FAO reconhece dois tipos de impacto: o primeiro seria o aumento do consumo do milho nos Estados Unidos para a produção do álcool e o segundo é o aumento do consumo da colza, que se utiliza na Europa para a produção de biocombustíveis", afirmou. "Por outro lado, nós não temos verificado um impacto significativo do uso da cana-de-açúcar', completou.
Apesar das boas expectativas para a solução da crise, Graziano afirma que nos países que têm baixas receitas, como os africanos, "não houve um aumento tão significativo da produção, e continuará existindo uma pressão dos preços no número de pessoas famintas".
A longo prazo, o diretor da FAO acredita que o mundo terá condições de produzir o suficiente para alimentar mais pessoas. "A FAO estima que para o ano de 2050 vamos ter de duplicar a produção alimentar para atender a uma população de 9 bilhões de pessoas, mas acreditamos que isso será possível", afirmou.
osmailson Silva araujo
Piritiba - Bahia - Produção de leite
postado em 28/07/2008
Essas informações reafirmam que estamos passando pela crise do leite e que nossos governante poderiam incluí-lo na merenda escolar. Precisamos urgente da normativa 51 em nosso estado. Eu acredito que aumentará o consumo do leite pasteurizado e em pó e as grande empresas irão remunerar melhor o produtor que estiver organizado.