Atualmente o Banco do Brasil (BB) é o grande financiador do agronegócio, com a liberação dos recursos do crédito rural e do financiamento da safra por meio da compra antecipada da produção, mecanismo que é posto em prática com a Cédula de Produto Rural (CPR).
O BB vai propor ao governo uma reforma do sistema de crédito rural que prevê, entre outras frentes, a definição de uma política de garantia de renda e a ampliação dos agentes financiadores do agronegócio. Os executivos do BB defendem a concessão de crédito para que os produtores ingressem no mercado de derivativos, garantindo um preço futuro para a safra. O BB também quer a ampliação do seguro rural.
Stephanes disse que as propostas do BB estão sendo avaliadas e que não há uma definição sobre elas. "Elas (medidas) estão em estudo. Ainda não é possível dizer se são factíveis ou não", afirmou.
O ministro acrescentou que a maior participação do BB no financiamento rural é uma realidade diante do aumento da aversão ao risco que outras instituições financeiras têm à liberação de crédito ao setor agrícola.
No curto prazo, o ministro voltou a defender a redução da taxa de juros das CPR que, segundo ele, oscilam de 12% a 20% ao ano e observou que uma taxa superior a 12% é inviável para o setor agrícola.
Ele também defendeu a ampliação do prazo para pagamento das operações de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) que, segundo ele, é de até 90 dias e considerou que o ideal para a agricultura é pagamento em até 360 dias.
O ministro descartou o risco do estouro da "bolha do subprime (crédito de alto risco) agrícola", alerta que tem sido sugerido por lideranças do Centro-Oeste, em particular de Mato Grosso. Ressaltou que, no caso de Mato Grosso, as dívidas de investimento, que venceram em outubro e não foram pagas, somam menos de R$ 1 bilhão. A situação nas demais regiões é tranqüila. "Não vai haver estouro de bolha", garantiu. O ministro lembrou, ainda, que o governo já anunciou medidas de apoio ao setor rural, para suprir a falta de crédito das tradings.
Por fim, Stephanes negou que o governo pense em promover uma nova rodada de renegociação das dívidas rurais por causa da crise que afeta o setor agrícola.
As informações são do Estado Online, resumidas e adaptadas pela equipe AgriPoint.
Sergio soares da silva
Santa Tereza - Espírito Santo - Produção de café
postado em 19/11/2008
Olha, fico irritado quando vejo estas notícias. É muito bonito ouvir que o governo vai mudar o sistema de financiamento, que liberou tantos milhões para a agricultura e outras pérolas, mas não sai do papel. Quando realmente vamos ver a prática?
Sou produtor de café e o meu sogro está desde de agosto mais ou menos tentando fazer um custeio e toda hora o Banco do Brasil pede uma coisa, uma hora é um croqui da área do café, outra hora é não sei o que; já vendemos cafés para cumprir os compromissos firmados com compra de adubo, herbicidas e outros e até agora não vi a tão falada verba p/ cafeicultura.
Seria mais bonito dizer que não tem empréstimo, pois assim o produtor não ficaria sofrendo. Hoje o problema é a crise e antes da crise era o que? Insumos altos, cafés em baixa, vemos o petroleo em baixa e não entendi o motivo da alta dos adubos... e assim é com o café: os órgãos dizem que a safra vai passar dos quarenta milhões mas eu quero ver na prática, pois os cafés não estão rendendo.
O governo não faz é nada, e ano que vem a safra será menor do que muitos estão prevendo.