Com o desbloqueio do compulsório, parte do dinheiro que hoje fica depositado no Banco Central (BC) voltaria às instituições financeiras e poderia ser oferecido aos produtores rurais. Outra medida em estudo é ampliar a fatia dos depósitos à vista e da poupança rural que são aplicados em crédito rural, a chamada exigibilidade bancária.
Por lei, 25% dos depósitos à vista e 65% dos recursos da poupança rural devem ser investidos em crédito rural. Em março, o Conselho Monetário Nacional (CMN) flexibilizou a exigibilidade das aplicações dos recursos das instituições que operam com caderneta imobiliária ou rural, o que permitiu o aumento do número de bancos que emprestam à área agrícola.
A idéia de defender a liberação de mais recursos para a agricultura ganhou força na semana passada, depois que o BC anunciou o adiamento do cronograma de implementação de compulsórios de leasing, medida adotada para aumentar o volume de dinheiro no sistema financeiro diante do quadro de restrição de recursos externos.
No campo, a pressão sobre os financiamentos do Banco do Brasil (BB) é cada vez maior, pois as tradings, que tradicionalmente financiam a atividade agrícola, também diminuíram a oferta de crédito para os produtores por causa da volatilidade dos preços dos grãos nas bolsas de mercados futuros.
Essa pressão elevou em 34% os desembolsos do BB no acumulado do ano-safra até a primeira quinzena de setembro. As liberações somaram R$ 6,75 bilhões entre julho e os primeiros dias deste mês. Para outubro está previsto novo aporte, de R$ 2,7 bilhões. As liberações do próximo mês elevam os desembolsos do BB na safra atual para R$ 9,4 bilhões.
O governo teme um "esgotamento" da fonte de financiamento à agricultura e, por isso, tem avaliado opções que garantam liquidez no começo de 2009, durante o período de plantio da segunda safra, a safrinha.
O economista Guilherme Dias, professor da Universidade de São Paulo (USP), lembra que os bancos são contra a mudança na regra da exigibilidade por causa da renegociação das dívidas do setor rural. Além disso, a obrigatoriedade de oferta de crédito a juro controlado de 6,75% ao ano não agrada às instituições.
As informações são de Fabiola Salvador e Adriana Fernandes para o jornal Estado de S. Paulo, resumidas e adaptadas pela equipe AgriPoint.
Francisco Teodoro de Souza Neto
Bela Vista de Goiás - Goiás - Consultoria/extensão rural
postado em 01/10/2008
Realmente esse esgotamento está próximo, inclusive hoje 01/10 todas as operações de custeio amparadas por recursos controlados e poupança rural no Banco do Brasil, nas agências de Goiás foram suspensas, sendo permitidas somente custeio via recursos do FCO.