Na safra de 2006/07, ocorreu um importante ajuste de alta nos mercados de lã internacionais, influenciado, entre outros fatores, pela forte queda do estoque australiano. Em termos médios, o IME passou de um nível de US$ 5,5 para US$ 8 ao finalizar o ciclo. Posteriormente, a safra de 2007/08 se caracterizou por apresentar preços firmes e estáveis durante todo seu curso, em níveis que oscilaram entre US$ 8 e US$ 9. Diferentes fatores influenciaram a favor e contra para manter estável o mercado ao longo deste período.
Finalmente, a situação atual, tendo transcorrido somente parte da safra de 2008/09, marca um forte decréscimo nas cotações do Indicador, voltando-se aos níveis existentes antes da forte recuperação mencionada.
A incerteza gerada pela crise financeira mundial e sua influência na confiança do consumidor pautam a dinâmica atual do mercado, com desaceleração e cautela da demanda do produto final, que se transfere ao resto dos elos da cadeia.
Outro fator de incidência neste momento são os ajustes cambiais que realizam os diferentes países exportadores para enfrentar a queda dos preços de seus principais produtos de exportação. Neste caso, a Austrália tem desvalorizado sua moeda em mais de 40% desde julho passado, de forma que o preço da lã que o produtor recebe em moeda local mantém seu nível desde o começo da safra.
No mercado uruguaio, é muito escasso o nível de operações comerciais concretizadas, refletindo a situação internacional e a forte baixa nos principais mercados de lã do mundo. A incerteza e cautela caracterizam o ânimo dos diferentes operadores do setor. Os poucos negócios concretizados refletem importantes baixas nos diferentes tipos de lã comercializados no Uruguai, ainda que a limitada magnitude de negócios impossibilita falar de novas referências.
Nas lãs finas e superfinas, as referências australianas que operam no acordo local do Projeto Merino Fino marcam baixas anuais de 16% e 29% para lãs 19 e 20 micra, respectivamente, desde que começou a funcionar o acordo comercial em setembro passado.
A reportagem é do El País, traduzida e adaptada equipe FarmPoint.
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