A manifestação é do presidente da Comissão Nacional de Crédito Rural da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Sperotto, que antecipa a possibilidade dos produtores não utilizarem esses recursos pela repetição dos problemas de acesso ao crédito. Na safra 2006/2007, houve uma sobra de R$ 2 bilhões e, na safra passada (2007/2008), restaram R$ 5 bilhões que deveriam ser usados para o custeio das culturas.
"O ponto positivo é que a primeira medida foi voltada para a agricultura, que é um setor importante da economia. Mas esta liberação precisa ser efetiva e não simbólica", afirma Sperotto. Ele explica que esta quantia está prevista no montante de R$ 65 bilhões disponibilizado pelo Governo no Plano Agrícola e Pecuário 2008/2009. Os recursos destinados ao crédito rural são originários da exigibilidade bancária, que corresponde a 25% dos depósitos à vista e a 65% dos depósitos de poupança rural.
Segundo o presidente da Comissão da CNA, uma das dificuldades para a obtenção de recursos para o financiamento da próxima safra, que está em plena época de plantio, é atribuída à Medida Provisória 432, convertida há duas semanas na Lei nº 11.775, que trata da renegociação de R$ 75 bilhões em dívidas rurais. "O texto não trouxe soluções para o produtor alijado do crédito rural voltar a ter acesso aos financiamentos. Se ele pedir a renegociação de suas dívidas, não poderá contratar novos investimentos e, em alguns casos, o custeio", afirma.
As informações são da Agência CNA, resumidas e adaptadas pela equipe AgriPoint.
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