A ideia, similar aos "Comersitos" - a rede de pequenos mercados estatais criada pelo presidente venezuelano Hugo Chávez -, é a de implantar em todo o país uma rede de mercados que venda alimentos a preços baixos. Além disso, pretende abastecer redes de supermercados populares, como uma espécie de mercado central.
O plano da presidente Cristina, em meio a este ano de eleições presidenciais, é vender alimentos a preços mais baixos que as redes privadas de supermercados. O governo, dessa forma, por intermédio da nova rede estatal e com alimentos subsidiados, tentaria combater a escalada inflacionária cuja existência a própria administração Kirchner nega. O primeiro "Mercado de Interesse Nacional" será inaugurado no dia 12 de maio no município de José C. Paz, na Grande Buenos Aires, onde se concentra o principal reduto eleitoral do governo Kirchner.
A rede de supermercados estatais estará na órbita do secretário de Comércio, Guillermo Moreno, famoso por seus constantes confrontos com as grandes redes privadas de supermercados. Moreno é também o responsável pela intervenção no Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), organismo que elabora o índice de inflação. Economistas independentes, sindicatos de esquerda, associações de consumidores e grupos empresariais afirmam que Moreno "maquia" a inflação. Além disso, Moreno foi o responsável por várias restrições à entrada de produtos importados no mercado interno argentino, entre eles os fabricados no Brasil.
Para todos. Nos últimos meses, a presidente Cristina lançou programas para distribuição de alimentos subsidiados, como o "peixe para todos" e o "milanesas para todos". Na terça-feira, ela lançou o "carne para todos", um sistema de distribuição de 13 cortes de carne bovina com preços três vezes mais baixos do que nos supermercados e açougues. A distribuição é feita em caminhões-frigoríficos nos bairros mais pobres dos municípios.
Analistas criticaram o plano da presidente Cristina, destacando que a medida é puramente populista, já que na prática o programa distribuirá 10 toneladas de carne diariamente, isto é, 0,15% do consumo nacional diário é de 6,6 mil toneladas.
As informações são do jornal O Estado de São Paulo, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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