O pesquisador doutorando em zootecnica na FCAVG-Unesp, campus de Jaboticabal (SP), Manuel Antônio Chagas Jacinto, explica que a pele é o derivado que permite a mais expressiva agregação de valor, uma vez que os preços de seus manufaturados podem atingir até 700% acima daqueles praticados no produto inicial. Entretanto, a qualidade após o curtimento está diretamente relacionada com o manejo do animal e aos processos de abate e curtimento.
No Nordeste concentram-se aproximadamente 90% do rebanho caprino do Brasil. A pele destes animais é um produto de expressão econômica, representando entre 10% a 12% do valor do animal, variando de acordo com o porte. Mesmo assim, há escassez de peles de caprinos e ovinos, devido ao expressivo abate clandestino.
Além disso, as peles já chegam aos curtumes com muitos defeitos. Segundo Alves, pelo menos 45% ocorrem na esfola do animal (retirada da pele). Também há bexigas (lesões provocadas pela ação de ácaros causadores de sarna e insetos); perfurações causadas por espinhos, arames farpados e agulhas de injeção, cortes de faca e manchas de fermentação, por causa da salga e do armazenamento inadequados.
A conseqüência do estrago é sentida no curtume: de cada mil peles que entram em curtumes nordestinos, só 400 são consideradas de primeira e segunda categorias. Apesar da classificação ir até a sétima categoria, a partir da quarta toda a produção já é considerada refugo.
As informações são do Só Notícias/MT.
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