Fechar
Receba nossa newsletter

É só se cadastrar! Você recebe em primeira mão os links para todo o conteúdo publicado, além de outras novidades, diretamente em seu e-mail. E é de graça.

Daniel de Araújo Souza comenta sobre o mercado ovino

postado em 19/01/2010

10 comentários
Aumentar tamanho do texto Diminuir tamanho do texto Imprimir conteúdo da página

 

O médico veterinário e colunista do FarmPoint, Daniel de Araújo Souza de Fortaleza, Ceará, comentou sobre a carta de um leitor enviada em seu artigo "Carne ovina no Uruguai e sua relação com o mercado doméstico brasileiro". Leia abaixo o comentário do autor do artigo.

"Prezado Roberis,

Antes de mais nada, devemos diferenciar 2 realidades em relação a cadeia produtiva da carne ovina no Brasil e no mundo. A primeira é a dos países e dos estados da federação que já possuem tradição na prática da ovinocultura comercial de larga escala, como o Uruguai, a Austrália, a Nova Zelândia, o Reino Unido, a Espanha e no Brasil, podemos citar apenas o Rio Grande do Sul. Nessas regiões, a cadeia produtiva é mais desenvolvida, estando inserida na ordem internacional de preços pois já apresenta um mercado interno ou demanda doméstica já estabilizado.

A segunda realidade é a dos estados que apenas nos últimos 5 anos tem desenvolvido uma cadeia produtiva comercial em pequena escala, como exemplo, todos os estados das regiões Sudeste, Centro-oeste e Nordeste, além do Paraná e Santa Catarina. Nessas regiões, o mercado interno é bastante aquecido e a demanda é crescente, o que mantêm os preços em patamares elevados e em crescimento anual.

Em minha opinião, a clandestinidade pouco tem a ver com o nível dos preços, até porque o perfil de produto que é fornecido pelas criações de subsistência ou não-empresariais foge em muito do perfil de produto demandado pelo varejo e pelos consumidores nas capitais e grandes centros urbanos.

Um outro ponto é o fato de que temos um déficit de mais de 50% no mercado doméstico, e até o consumo interno de estabilizar e a produção doméstica conseguir tamponar o espaço aberto pelas importações, a tendência segundo as leis naturais da economia é a de que os preços continuem a crescer.

Posteriormente, quando a oferta superar a demanda, teremos os ciclos de baixa e de alta, como em qualquer cadeia produtiva agropecuária, com os preços médios variando negativamente e positivamente no decorrer dos anos, mas até que isso ocorra, os preços tendem a apenas crescer.

Do ponto de vista de sistema agroindustrial, isso é ótimo, pois estimulará mais investimentos em todos os elos da cadeia e a entrada de novos empreendedores, fazendo com que a cadeia produtiva cresça e se desenvolva com força e solidez.

O mercado clandestino sempre irá existir, em maior ou menor grau. O que devemos fazer é concentrar nossos esforços e energia nas iniciativas produtivas e empresariais formais, que se preocupem com qualidade de produto, desenvolvimento de negócios, abertura de campo de trabalho e estímulo da demanda urbana.

Mais um vez obrigado pela sua participação.

Abraços

Daniel"


Clique aqui para ler mais opiniões sobre este assunto.

Avalie esse conteúdo: (5 estrelas)

Comentários

Roberis Ribeiro da Silva

Salvador - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 22/01/2010

Concordo que o mercado clandestino sempre existirá, contudo não nesse nível de 95 a 98% do abate no Nordeste. Você não concorda quando digo que o preço pago ao produtor tem uma forte relação com o abate clandestino!! Para verificar essa prática é só peguntar aos gestores dos frigorificos na Bahia ( Baby Bode, Pantanal e Coap). O gestor da Coap (Cooperativa de Pintadas) me disse que tem que pagar o preço praticado no mercado informal caso contrário não consegue comprar uma cabeça. Veja que a COAP é uma cooperativa de pequenos produtores ou seja teriam que fidelizar sua matéria prima com a cooperativa. Em outras palavras se a cooperativa não pagar o preço deste mercado eles comercializam com os intermediarios ou direto para feiras livres.
Se o frigorifico pagar por uma ovelha, bode e cabra a metade do preço do cordeiro e cabrito, os produtores não venderiam mais aos frigorificos. A cultura perante esses produtores é a de preço unico.
É preciso manter os pequenos e médios frigorificos existentes no mercado. Pois o que tenho visto é frigorifico fechando, quebrando e/ou mudando de proprietarios.
Ou então os frigorificos vão importar carcaça do Rio grande ou do Uruguai, com melhor qualidade e preços mais competitivos.

José Augusto Carvalho

Ilhéus - Bahia - Pesquisa/ensino
postado em 25/07/2011

Prezado colega Daniel:

Como vc estou tb envolvido no doutoramento em Zootecnia da UESB, tendo como área a produção de ruminantes e no caso específico com Ovinos.
Será que vc possue algum materialsobre a raça Rabo Largo? Se os possuir, e puder enviar-me, ficaria muito agradecido. jaugustus@uol.com.br ou jaugustus.uesc@gmail.com
José Augusto Carvalho - Médico Veterinário e professor da UESC, curso de Veterinária.

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 27/07/2011

Olá José,

Tenho alguns poucas coisas envolvendo a raça Rabo Largo (Damara) que estarei enviando para o seu e-mail.

Quem tem trabalhado com a raça é a equipe da EBDA e da EMEPA (Paraíba). Seria bom entrar em contato com eles.

Abraços,

Daniel

José Augusto Carvalho

Ilhéus - Bahia - Pesquisa/ensino
postado em 27/07/2011

Olá Daniel:
Recebi seu email com o material.
Na Paraíba quem seria a pessoa mais indicada para que eu o procure?
Augusto

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 28/07/2011

Olá Augusto,

Procure pelo Wandrick Hauss e pelo Felipe Cartaxo, ambos da EMEPA. Eles são as pessoas mais indicadas, pelo menos que eu conheço.

Se você for ao Sincorte deste ano em João Pessoa, em outubro, você poderá contactá-los pessoalmente.

Abraços,

Daniel

carlos eduardo rocha

São Paulo - São Paulo - Frigoríficos
postado em 15/08/2011

Daniel, bom dia.
Sou trader na JBS S/A para o mercado do Ira e gostaria de entrar em contato com voce.
Seria possivel ter os seus contatos ?
Obrigado.
Carlos Rocha

Roberis Ribeiro da Silva

Salvador - Bahia - IBRACO
postado em 16/08/2011

Olá Daniel,

Concordo com você quando diz que as demandas tem perfis diferenciados entre quem fornece ao varejo de grande centro e o da informalidade. Só que no nosso caso aqui na Bahia, a prática é diferente. Por mais que a industria queira pagar um preço menor aos animais de qualidade inferior digo animais capões, velhos, tardios ou seja com carcaças inferiores, não conseguimos. Uma vez que o abate informal não diferencia  e pelo contrario via de regra quanto mais gordo (carneiro) é o preferido por este tipo de demanda. Enfim, aqui na Bahia, quem puxa o preço para cima independente da qualidade da carcaça é o abate informal. E a indústria tem que seguir esta máxima caso contrario vão perder a oferta para o conglomerado "FRIGOMATO".

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 18/08/2011

Olá Carlos,

Contatos já encaminhados por e-mail.

Abraços,

Daniel

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 18/08/2011

Olá Roberis,

Diante desta realidade, temos que contar com a evolução da cadeia produtiva ao longo dos próximos 10 anos e no avanço da produção empresarial de carne ovina para que a indústria consiga reduzir a sua dependência desse tipo de mercado.

Obrigado por sempre estar participando e contribuindo!!

Abraços,

Daniel

Roberis Ribeiro da Silva

Salvador - Bahia - IBRACO
postado em 19/08/2011

Exatamente, penso até que 10 anos são muito pouco. Senão vejamos; em 2002 eu escrevi no meu livro "O Agronegócio Brasileiro da Carne Caprina e Ovina", alguns cenários para o ano de 2011 em outras palavras decrevi algumas situações desejadas e provaveis para o ambinete institucional e organizacional da cadeia produtiva assim como para os segmentos dos insumos,  agricultura (produção pecuaria), comercialização, 1º processamento, 2º processamento, varejo e mercado consumidor. Algumas das minhas previsões são bastante interessante quando hoje nós confrontamos. Exemplo: no ambiente institucional eu coloquei como desejável em 2011 todos estado do nordeste estarem livre da aftosa com vacinação e no provável clocamo tão somente maior fiscalização no comercio de carne sem inspeção. E veja qual é a nossa atualidade em relaão a este parametro. Enfim, seria interessante que o FARMPOINT colocar esses cenários que descrevi em abril de 2002, para uma melhor reflexão de todos atores desta cadeia produtiva. Está autorizado ao FARMPONIT copiar estes cenários.

Quer receber os próximos comentários desse artigo em seu e-mail?

Receber os próximos comentários em meu e-mail

Envie seu comentário:

3000 caracteres restantes


Enviar comentário
Todos os comentários são moderados pela equipe FarmPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

Copyright © 2000 - 2024 AgriPoint - Serviços de Informação para o Agronegócio. - Todos os direitos reservados

O conteúdo deste site não pode ser copiado, reproduzido ou transmitido sem o consentimento expresso da AgriPoint.

Consulte nossa Política de privacidade