Pela projeção, a alta do PIB dos países em desenvolvimento da Ásia será de 7,3% este ano e de 7,8% em 2013. O crescimento asiático deve fazer com que a renda regional melhore, estimulando o consumo de produtos básicos, como os alimentos. "O crescimento asiático, em especial da China, mesmo desacelerando para algo próximo de 7% a 8% nos próximos anos, implicará em forte demanda por alimentos", diz o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados.
Além disso, nas economias desenvolvidas, em períodos de recessão, a população dificilmente reduz o consumo de alimentos. "São bens cuja demanda é difícil de ser reduzida significativamente, mesmo com baixo crescimento da renda", afirma Mendonça de Barros.
A perspectiva de exportação para os produtos básicos não deve se repetir com outros setores da economia.
Uma das justificativas para o tombo do setor é a valorização do real, o que barateou a importação e encareceu as exportações. "Quando você olha o dado da indústria, é possível notar uma perda de competitividade pelo aumento dos produtos importados pelo mercado brasileiro", afirma Renato da Fonseca, gerente executivo da Unidade de Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A desaceleração econômica dos países importadores de manufaturados, como os EUA, também colaborou para a piora do setor nos últimos anos. A indústria nacional reclama ainda da infraestrutura ruim, elevando o chamado custo Brasil, e da burocracia - no processo de exportação, são 17 os tributos cobrados pelo governo.
Somado a isso, a baixa a produtividade do trabalhador também tem afetado o desempenho do setor. Por causa do crescimento da economia brasileira nos últimos anos, as empresas ampliaram a oferta de trabalho, mas estão tendo dificuldade em encontrar mão de obra qualificada.
A matéria é de Luiz Gerbelli, do Estado de S. Paulo, adaptada pela Equipe AgriPoint.
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