Segundo Colatto, o texto estabelece diretrizes para que os contratos a serem firmados entre produtores e agroindústrias fixem com maior clareza e transparência as responsabilidades e obrigações de cada parte. "A ideia é que esses contratos possam reduzir o desequilíbrio nas relações de poder em negociações envolvendo produtores rurais e indústria, e que também permitam um clima de maior confiança e credibilidade", afirmou.
O relator lembrou que um dos problemas mais graves provocados pela falta de norma específica é a dificuldade enfrentada pelos produtores em garantir uma renda mínima para a matéria-prima que oferecem às indústrias. "O produtor finaliza o seu trabalho e entrega o resultado para a empresa, a quem cabe, por decisão unilateral, estabelecer o preço a ser pago", destacou. Uma das soluções apresentadas pelo projeto é que essa decisão passe a ser tomada por uma comissão específica, formada por representantes de produtores, de empresas e de órgãos técnicos do governo, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O projeto, entre outras medidas, delimita a exata abrangência dos contratos de integração agroindustrial no ordenamento jurídico brasileiro, define o que é a integração vertical e explicita quem são seus sujeitos. De acordo com o projeto, a integração vertical agropecuária entre cooperativas agropecuárias e seus associados ou entre cooperativas entre si associadas visa planejar e produzir matéria-prima, bens intermediários ou de consumo final, cujas responsabilidades e obrigações recíprocas serão estabelecidas em contratos de integração. Esse ato cooperativo será regulado por legislação específica aplicável às sociedades cooperativas.
Além disso, a proposta cria o Fórum Nacional de Integração Agroindustrial (Foniagro), que terá a atribuição de definir políticas nacionais e as diretrizes gerais para o aperfeiçoamento e desenvolvimento dos sistemas de integração no País. O fórum será formado por representantes dos produtores integrados, das agroindústrias integradoras e do Poder Público.
De acordo com o projeto, as comissões de composição paritária entre integrados e empresas integradoras terão as funções de:
- acompanhar e avaliar os padrões mínimos de qualidade exigidos para os insumos recebidos pelos integrados e a evolução dos parâmetros de qualidade dos produtos requeridos pela integradora;
- estabelecer o sistema de acompanhamento e avaliação do cumprimento dos encargos e obrigações pelos contratantes;
- promover estudos e avaliações dos aspectos jurídicos, sociais, econômicos, sanitários e ambientais do contrato de integração;
- definir o intervalo de tempo e os requisitos técnicos e financeiros a serem empregados para atualização dos indicadores de desempenho das linhagens de animais e das cultivares de plantas utilizados nas fórmulas de cálculo da eficiência de criação ou de cultivo;
- formular o Plano de Modernização Tecnológica da Integração, estabelecer o prazo necessário para sua implantação e definir a participação dos Integrados e da Integradora no financiamento dos bens e ações previstas;
- servir de fórum para conciliação e solução das controvérsias entre os produtores integrados e a agroindústria integradora, entre outras.
Para o presidente da subcomissão que analisou o tema, deputado Assis do Couto (PT-PR), o projeto vai contribuir para facilitar as decisões sobre a real necessidade de investimentos em equipamentos e em tecnologia. "Atualmente é comum os empresários decidirem pela necessidade de aquisição de determinados equipamentos e levarem o produtor a assumir longos financiamentos para comprá-los", citou. Segundo Couto, o fórum pode servir para evitar que os produtores sejam forçados a assumir a maior parte dos investimentos sem ter qualquer garantia em relação aos riscos dessa operação.
Por fim, o projeto determina a divulgação, por parte da agroindústria integradora, de todos os parâmetros técnicos e financeiros de cada ciclo produtivo da atividade por meio do Relatório de Informação da Produção Integrada (RIPI), como forma de reduzir a assimetria de informações e garantir a transparência na relação entre os integrados e a integradora.
A proposta ainda define as obrigações e responsabilidades individuais de cada um dos contratantes - integrados e integradora - quanto às questões ambientais e sanitárias da atividade e também atribui a corresponsabilidade de ambos em situações típicas do processo de produção agropecuária integrada.
Clique aqui e veja a proposta na íntegra.
As informações são da Agência Câmara, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
Ademir Nelson Lobato de Oliveira
Ananindeua - Pará - Varejo
postado em 17/12/2010
Parabéns ao nobre deputado e todos aqueles envolvidos no projeto de integração agroindustrial, que tem tudo para levar nossa cadeia produtiva a um nível de desenvolvimento desejado, pois temos como exemplo que pode dar certo, a cadeia produtiva do frango.