A indicação de nova queda aparece nos dados acumulados durante dez meses - entre agosto de 2009 e maio de 2010 - pelo Deter, o sistema de detecção do desmatamento em tempo real. Divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Deter é usado para orientar a ação de fiscais no combate à devastação da Amazônia.
O Deter captou desde agosto passado o corte de 1.567 km² da Floresta Amazônica, área maior do que a cidade de São Paulo. O Deter, porém, não capta desmatamentos em áreas com menos de 50 hectares. Vem daí a principal diferença entre o sistema de detecção do desmatamento em tempo real e o Prodes, que mede a taxa oficial, divulgada ao final de cada ano.
No ano passado, o Prodes mediu redução recorde de 42% no ritmo do desmatamento, resultado do aumento de fiscalização e de medidas como o corte de crédito aos desmatadores e o embargo da produção em áreas de abate ilegal de árvores. A área abatida foi a menor desde o início da série histórica do Inpe, em 1988. Entre agosto de 2008 e julho de 2009 foram devastados 7.464 km² de floresta e em um ano antes, a Amazônia havia perdido quase 13 mil km² de floresta.
A nova taxa oficial de desmate ainda depende das medições dos satélites em junho e julho, que tradicionalmente apresentam ritmo acelerado de corte de árvores. O período mais complicado na preservação da floresta começa com o fim das chuvas na região e segue até outubro.
A matéria é de Marta Salomon, publicada no jornal O Estado de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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