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Devido à forte demanda, safra de soja dos EUA não ameaça mercados do Brasil

postado em 17/06/2013

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Se tudo correr como o previsto nas lavouras, os Estados Unidos exportarão de 39 a 40 milhões de toneladas de soja a partir da safra que vão colher no final de setembro, pressionando para baixo as cotações mundiais da commodity. A maior participação dos norte-americanos no mercado internacional, porém, não deve gerar perda de espaço para as exportações brasileiras do grão. Na última safra, os EUA enfrentaram uma das piores secas da sua história, o que elevou os preços globais da soja e deixou a relação entre a oferta e a demanda mais apertada.

“O Brasil não será afetado”, afirma o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Célio Porto, lembrando que o País tem a oportunidade de exportar em um período em que a safra dos Estados Unidos ainda não entrou no mercado mundial. O Brasil tem seu pico de colheita no primeiro semestre e os norte-americanos no segundo. Porto afirma também que, percebendo o bom momento dos preços da soja, os exportadores trataram de acelerar as vendas do grão. Já o farelo e o óleo, que precisam do tempo para o processamento depois da safra, não usufruíram tanto disto.

O crescimento do consumo vindo da China também deve garantir a fatia do Brasil no mercado externo, segundo o consultor da FC Stone, Glauco Monte. “A demanda está muito forte”, afirma o especialista, citando o aumento previsto de 10 milhões de toneladas no consumo chinês, de 59 milhões de toneladas para 69 milhões de toneladas, feito pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Com isso, deve ser absorvido o aumento de exportação dos norte-americanos, de três a quatro milhões de toneladas, e a maior exportação brasileira, que está prevista para ficar em 41,5 milhões de toneladas contra 37,9 milhões na safra passada.

Nos últimos meses, mesmo tendo tido problemas de safra, os Estados Unidos exportaram. Entre os motivos estiveram o fato de o Brasil estar impossibilitado de fornecer maior quantidade de grãos por problemas logísticos, como o congestionamento nos portos. Isso ocorreu mesmo o Brasil tendo um preço de soja a oferecer bem mais baixo do que o dos Estados Unidos.

Monte acredita que pelos períodos diferentes em que entram no mercado as safras dos dois países, mesmo os Estados Unidos tendo uma boa safra, o Brasil não deverá perder o espaço que tem como fornecedor de soja no mundo árabe. Entre janeiro a maio deste ano, o Brasil exportou US$ 215 milhões em soja para os árabes contra US$ 206 milhões no mesmo período de 2012. “Não acredito que o Brasil será prejudicado nas quantidades exportadas”, diz Célio Porto, sobre a presença no mercado árabe e outros países mundo afora.

O Brasil é atualmente o maior exportador de soja do mundo, mas os Estados Unidos são os maiores produtores. O mercado interno deles é formado por 313 milhões de pessoas. Na próxima safra, mesmo tendo soja em excedente para exportar, os norte-americanos precisarão antes reabastecer os seus estoques que estão baixos por conta da seca. E os volumes da colheita de soja lá, lembra Porto, ainda não estão totalmente definidos já que a safra ainda está em andamento.

A reportagem é da Agência de Notícias Brasil Árabe, adaptada pela Equipe AgriPoint.  

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