Ontem, americanos e europeus continuaram pressionando os emergentes por maior acesso a seus mercados para bens industriais. A reunião entre China, Brasil, Índia, Estados Unidos, Europa, Japão e Austrália entrou pelo quarto dia e não conseguiu superar o impasse de sete anos. A aposta é que o encontro de hoje será decisivo.
O Brasil não esconde que espera que a Índia mude de posição. Uma coisa que vem assustando o Itamaraty é que, desde que o governo indiano ganhou um voto de confiança de seu parlamento na terça-feira (22), a posição de Nova Délhi nas negociações foi endurecida.
Amorim alertou que hoje seria um dia decisivo para o processo. "Acho que será amanhã (hoje) o dia em que saberemos se um acordo é possível ou não", afirmou Amorim. "Talvez não terminaremos tudo, mas precisamos ter um acordo. O tempo está se esgotando." Schwab, também confirmou a necessidade de se ter um acordo hoje. "Veremos se todos estão preparados para fazer a sua parte."
Os americanos insistem que deve haver uma regra que estabeleça que setores inteiros da economia sejam liberalizados. A Casa Branca quer pelo menos dois: automotivos e químicos. O Brasil insiste que não tem como aceitar isso, mas concordou em debater um texto em que cada país se comprometeria pelo menos a negociar a abertura de setores, de forma voluntária.
Os argentinos insistem que precisam manter 16% de suas linhas tarifárias em proteção no setor industrial. O Brasil aceitaria entre 13% e 14%. O problema é que os dois fazem parte do Mercosul e precisarão chegar a uma posição comum. Tanto no Mercosul como na aliança com a Índia, o Brasil sabe que não poderá romper a coalizão, principalmente por questões políticas.
Hoje, os sete países voltam a se reunir, antes que uma reunião mais ampla, reunindo todos os 35 ministros convidados ao encontro, seja realizada, informou o jornal O Estado de S.Paulo.
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