Compromissos parecidos foram assumidos antes, no mesmo local, e resultaram em nada. Mas, desta vez, há uma diferença: se a Rodada Doha não for terminada em 2011, o fracasso será irreversível.
Esse foi o sentimento manifestado durante a semana pela chanceler alemã, Angela Merkel, pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, e outros chefes de governo participantes do Fórum.
Os ministros de Comércio decidiram concluir até abril todos os textos de negociação, alcançar um acordo geral sobre o pacote até julho e finalizar os textos legais e os cronogramas durante o resto do ano.
Decidiram também retomar as negociações a partir dos pontos de consenso já alcançados, embora procurando resultados mais ambiciosos. O representante comercial dos Estados Unidos, Ron Kirk, concordou com essa condição, embora em outras ocasiões tenha defendido a reabertura dos pacotes já montados.
Oitenta por cento dos acordos necessários já foram concluídos, lembrou o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy. Esse é o resultado médio, segundo sua avaliação. O avanço foi além de 80% nas negociações sobre agricultura e facilitação de comércio, mas ficou aquém disso em outras áreas, como a de serviços, por exemplo.
Criar consenso em relação a esses pontos será trabalhoso. Os americanos cobram acordos mais ambiciosos na área de serviços e maior acesso ao mercado de produtos industriais dos países emergentes.
Alguns emergentes continuam resistindo a ampliar as concessões já oferecidas e cobram maiores vantagens das economias mais avançadas, como indicaram no dia anterior os ministros do Brasil, da Índia, da China e da África do Sul.
Os 24 ministros reconheceram as resistências políticas existentes em cada país e comprometeram-se a trabalhar duramente para conquistar apoio interno.
Foram representados na conferência, entre outros, Brasil, Estados Unidos, União Europeia, Japão, China, Suíça, África do Sul, México, Indonésia, Malásia e Turquia.
A matéria é do jornal O Estado de S.Paulo, adaptada pela Equipe AgriPoint.
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