Para Alex Agostini, economista-chefe da consultoria Austin Rating, "não só o dólar tende a permanecer se enfraquecendo, como é possível que caminhe para R$ 1,60 nos próximos meses". A depreciação da moeda norte-americana alcança os 19,67% neste ano. Para chegar a seu piso registrado antes do agravamento da crise, que foi o R$ 1,559 de agosto do ano passado, a moeda tem de recuar mais 16,85%.
Neste mês, o dólar soma depreciação de 4,53%. No pregão de ontem, segundo profissionais do mercado, destacaram-se duas grandes operações entrada de recursos no país, uma feita por um banco e outra por uma empresa. Com o cenário econômico internacional menos turbulento, as intervenções do Banco Central no mercado de câmbio não têm tido força para conter a queda da moeda. Apenas em junho, as intervenções realizadas pelo BC no câmbio totalizaram US$ 6,6 bilhões.
"A retomada do processo de desvalorização do dólar ressuscita o velho debate sobre a necessidade de intervenção do BC no mercado cambial para reverter, ou ao menos amenizar, esse movimento. Mas a dinâmica que tem determinado o atual comportamento do câmbio foge dos controles do BC", afirma Agostini.
No mês passado, segundo dados do Banco Central, os investimentos externos em ações e títulos de renda fixa brasileiros somaram ingresso líquido de US$ 1,6 bilhão. No mercado acionário, até o dia 22 deste mês, os estrangeiros aplicaram líquidos R$ 776,9 milhões em ações brasileiras. No ano, os estrangeiros já trouxeram R$ 10,88 bilhões para a Bolsa de Valores de São Paulo.
A reportagem é de Fabrício Vieira, da Folha de S. Paulo, resumida pela Equipe AgriPoint.
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