Oficialmente, a Biovet não confirma nem nega a informação. Os principais executivos da empresa estão impedidos de comentar o assunto - atualmente a empresa está sob auditoria, processo próximo de ser concluído.
Em nota, a companhia informa que "com quase 50 anos de presença no Brasil, a Elanco sempre avaliou e continuará avaliando as oportunidades de investimento no país, mas, nesse momento, não temos informações sobre a aquisição de nenhuma empresa do mercado e não podemos prestar declarações sobre esta ou qualquer empresa".
O interesse no grupo brasileiro não é por acaso. Nos últimos anos, a Biovet apresentou um crescimento anual a taxas elevadas, superiores a 30%. Mas além da questão financeira, fontes do mercado apontam para outros aspectos que também colocam a empresa brasileira no alvo das multinacionais. O primeiro é a diversificada linha de produtos para pecuária, avicultura e animais de companhia (pets). O segundo, e talvez o principal, são os produtos enquadrados na categoria "biológicos", segmento em que a Elanco não tem muita expressão no Brasil. Seu principal foco de atuação é na categoria "terapêuticos", como antibacterianos, parasiticidas, anticoccidianos e melhoradores de produtividade.
Nas próximas semanas, o Ministério da Agricultura vai auditar a fábrica de vacinas contra febre aftosa que a Biovet construiu em Vargem Grande. A expectativa é que a unidade, com capacidade de produção para 60 milhões de doses, entre em operação até o final do primeiro semestre deste ano.
De acordo com fontes do mercado, a Biovet, apesar do crescimento nos últimos anos, ficou pequena diante das mudanças que ocorreram no setor, por isso a decisão dos controladores de vendê-la. O mercado brasileiro é dominado por multinacionais, que têm se mostrado mais competitivas e com maior poder de investimento.
A operação com a Biovet é a primeira envolvendo uma empresa brasileira dentro do processo de consolidação que deve se acentuar este ano na indústria veterinária. O negócio reforçará ainda mais a presença de empresas estrangeiras na liderança desse segmento no país, que já conta com Merial, Pfizer, Bayer, Novartis, Fort Dodge, Intervet e Virbac, que também estão se consolidando globalmente.
A matéria é de Alexandre Inácio, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe AgriPoint.
Guilherme Augusto Vieira
Salvador - Bahia - Pesquisa/ensino
postado em 08/01/2010
O mercado de insumos dentro do agronegócio trabalha na perspectiva de uma alta concentração,ficando difícil a competitividade e a consequente sobrevivência no mundo corporativo e no caso da Biovet ficou difícil fugir do assédio de uma grande multinacional e ter fôlego para sobreviver neste mundo competitivo. Vamos ver a como funciona este ´tabuleiro de xadrez´ do mercado vet brasileiro, no qual ainda tem algumas ´jóias da coroa´ disponível no mercado.