Em exposição na Sede da Embrapa, em Brasília (DF), a história recente da agricultura brasileira, revelando como o País superou o quadro de dependência e insegurança alimentar que perdurava até 60 anos atrás com uma trajetória inteligente e planejada que culminou na autossuficiência, na capacidade exportadora e no grande progresso em direção a sistemas integrados e sustentáveis, construindo as bases para a moderna bioindústria brasileira do futuro.
A participação da Embrapa começa na década de 1970, quando o Brasil ainda dependia da importação de alimentos básicos. Nos últimos 50 anos, a produtividade média de grãos subiu de 783 quilos por hectare para 3.173 quilos por hectare, um salto de 774%. Com avanços em eficiência, graças a pesquisa, inovação e investimentos, além de políticas macroeconômicas, setoriais e da crescente organização dos segmentos agroindustrial e agroalimentar, a agricultura brasileira respondeu às demandas de uma população urbana crescente, proporcionando alimentos mais acessíveis e baratos, que contribuíram para reduzir pressões inflacionárias e amenizar as desigualdades sociais. O País se tornou líder em inovação na agropecuária tropical e se consolidou como grande produtor mundial de alimentos.
Os novos tempos trazem desafios ainda maiores. A agricultura do futuro deverá estar balizada por conceitos, métodos e aplicabilidades multifuncionais, muito além da visão convencional de agricultura voltada à produção de alimentos, fibras e energia. Apoiada em modernos padrões tecnológicos mundiais e sintonizada com o modelo de economia verde, a agricultura deverá se pautar por um novo conjunto de funcionalidades e requisitos, como saúde e bem-estar, serviços ecossistêmicos, sistemas integrados e sustentáveis, mercados étnicos e regionais e bioenergia, que deverão conformar o padrão tecnológico do agronegócio do futuro.
É nesse sentido que o 39º aniversário da Embrapa focaliza a sustentabilidade e os novos paradigmas de produção e economia verde, apresentando os temas que serão levados à Rio+20 e lançando tecnologias inovadoras. Da mesma forma, o Prêmio Frederico de Menezes Veiga 2012, que será entregue na noite do dia 25, tem como temática a agricultura na economia de baixa emissão de carbono. Os agraciados deste ano serão Carlos Clemente Cerri, pesquisador do Cena/Esalq/Usp, que desenvolve estudos sobre emissão e sequestro de carbono na agropecuária, e Mariângela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja (Londrina, PR), que trabalha com fixação biológica de nitrogênio (FBN) pelas plantas.
A Embrapa também homenageia Paulo de Tarso Alvim (1919-2011), diretor técnico da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) entre 1963 e 1988. PhD em Fisiologia Vegetal, suas pesquisas contribuíram para aumento da produtividade dos cacaueiros e cafezais do Brasil e de países latino-americanos.
As comemorações também marcam a reinauguração da Biblioteca Edmundo da Fontoura Gastal, a exposição de soluções agropecuárias sustentáveis, a assinatura de convênios e uma série de lançamentos, como o Portal África, em parceria com a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq); a hotpage Agro Sustentável; o perfil corporativo da Empresa no Twitter (@embrapa); além de novas tecnologias e publicações na solenidade do dia 25 de abril.
A Embrapa
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi criada em 26 de abril de 1973. Tem como missão viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira. A Embrapa atua por meio de 47 Unidades de Pesquisa e de Serviços e de 14 Unidades Centrais Administrativas, e está presente em quase todos os Estados da Federação, nos mais diferentes biomas brasileiros. Para ajudar a construir a liderança do Brasil em agricultura tropical, a Empresa investiu sobretudo no treinamento de recursos humanos, contando em 2011 com 9.660 empregados, sendo 2.392 pesquisadores - 18% com mestrado, 74% com doutorado e 7% com pós-doutorado. O orçamento da Empresa para 2012 é de R$ 2,1 bilhões.
Desde a criação da Embrapa, a safra de grãos quadruplicou, assim como aumentaram a produção e a produtividade da pecuária bovina, suína, caprina, ovina e avícola. A oferta de leite, couro, pele, embutidos, queijo e ovos seguiu o mesmo caminho, bem como, em maior ou menor grau, as hortaliças, frutas, flores, fibras e essências florestais. Em 2010, para cada R$ 1 aplicado na Embrapa, R$ 9,35 retornaram para a sociedade. Esses valores levam em conta apenas a soma dos ganhos relativos à adoção de uma amostra de 110 tecnologias e cerca de 140 cultivares.
A Embrapa coordena o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), constituído por instituições públicas federais, estaduais, universidades, empresas privadas e fundações que, de forma cooperada, executam pesquisas nas diferentes áreas geográficas e campos do conhecimento científico. No âmbito internacional, a Empresa mantém 78 acordos de cooperação técnica com mais de 56 países, 89 instituições estrangeiras, principalmente de pesquisa agrícola, além de acordos multilaterais com organizações internacionais, envolvendo principalmente a pesquisa em parceria e a transferência de tecnologia.
A matéria é da Embrapa, adaptada pela Equipe AgriPoint.
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