Com o uso da ferramenta, técnicos e produtores recebem informações sobre práticas que podem ser melhoradas na propriedade, seleção de quais ovinos devem ser tratados, momento ideal para administração do vermífugo e produto mais eficaz para o tratamento dos animais – tudo de acordo com as particularidades da propriedade.
A aplicação dessas recomendações retarda o desenvolvimento da resistência parasitária nos rebanhos ovinos. De acordo com a pesquisadora Simone Niciura, isso acontece porque a tecnologia, além de ter impacto na melhoria do manejo, pode reduzir a utilização de medicamentos veterinários, com o uso racional. "Infelizmente, é comum encontrar em rebanhos vermes resistentes a qualquer vermífugo disponível no mercado. A resistência parasitária ocorre pelo uso frequente e inadequado desses produtos", explica Simone.
A ferramenta, gratuita, on-line e de fácil utilização, vai auxiliar na tomada de decisões de criadores e profissionais da área. O software está disponível em http://tecnologias.cppse.embrapa.br/sara
Verminose ainda desanima produtores
Durante dia de campo sobre ovinos, realizado em agosto, na Embrapa Pecuária Sudeste, a queixa mais frequente entre os participantes foi em relação à verminose. O criador de ovinos Sigmar Miqueletti, de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, explicou que apesar de fazer o controle, sofre com a verminose ovina. Ele diz que é um problema contínuo na propriedade e os gastos são constantes. Muitos produtores desanimam com os prejuízos causados pela doença e acabam desistindo da atividade.
Os ovinos são susceptíveis aos vermes em qualquer faixa etária, o que pode acarretar atraso no desenvolvimento corporal, menor performance produtiva e reprodutiva e até levar à morte. Dentre os parasitas de ovinos, o Haemonchus contortus é o mais patogênico e de maior predominância e impacto na ovinocultura. O verme alimenta-se de sangue, causando anemia nos ovinos.
Em condições inadequadas de alimentação, o quadro pode agravar-se e ocasionar enfraquecimento do sistema imunológico, deixando os animais vulneráveis a outros parasitas ou doenças. No entanto, práticas simples de manejo do rebanho podem propiciar um controle eficiente de verminoses. O resultado aparece no ganho de peso dos animais e na redução de gastos do produtor com uso de vermífugos.
Pesquisas realizadas na Embrapa Pecuária Sudeste indicam que o controle parasitário deve ser feito com cautela. De acordo com a pesquisadora Ana Carolina Chagas, a manutenção de uma população parasitária baixa é desejável, diante do perigo do estabelecimento da resistência quando se objetiva a eliminação completa dos vermes dos ovinos.
O que ocorre frequentemente é o uso excessivo de vermífugos, elevando os gastos com medicamentos antiparasitários e um rápido estabelecimento da resistência na propriedade. Algumas práticas são recomendadas pela Embrapa e podem auxiliar os produtores contra o perigo da resistência.
Segundo a pesquisadora, apenas os animais que realmente precisam de tratamento devem ser vermifugados. O produtor também deve evitar a troca frequente de vermífugos, pois essa prática aumenta a resistência em médio prazo. Antes da adoção de um vermífugo, é importante realizar um teste de eficácia para definir se o medicamento está funcionando na propriedade. A alimentação precisa ser adequada a cada categoria animal, porque uma dieta pobre em proteína pode deixar os animais vulneráveis à verminose.
O monitoramento constante do rebanho é uma prática eficiente. O método indicado é o Famacha, que consiste no tratamento seletivo dos animais. Somente aqueles que apresentam grau acentuado de anemia devem ser vermifugados. Nos ovinos que precisam ser tratados, o produtor deve administrar a dose correta do anti-helmíntico de acordo com o peso e a indicação do fabricante.
Na estação chuvosa, os ovinos podem ser monitorados a cada 10 dias e, na seca, a cada 20 dias ou mais. O intervalo dependerá principalmente do estado nutricional e da contaminação da pastagem em cada propriedade.
Muitos produtores ainda não aplicam o método, de acordo com o técnico agropecuário, Fabiner Paulossi, de Valinhos (SP). Para ele, é preciso disseminar as informações sobre as formas de controle aos ovinocultores.
O monitoramento contínuo tem muitas vantagens, como a fácil detecção de outros problemas, como bicheiras, bernes e feridas, além de permitir o tratamento dos animais antes que maiores prejuízos ocorram. Outra dica aos produtores é optar por raças mais tolerantes à verminose e manter as instalações sempre limpas, além de fornecer alimentação adequada para cada categoria animal.
Brasil ainda é importador de carne ovina
O sabor diferenciado e características como maciez e suculência têm chamado atenção dos consumidores e a demanda pela carne ovina aumentou, principalmente, para atender nichos de mercado nos grandes centros urbanos, como São Paulo. E apesar do crescimento da ovinocultura no País nos últimos anos, principalmente no Sudeste, a produção ainda não atende a demanda interna.
O Anuário da Pecuária Brasileira 2013 (Anualpec) registra que de 2002 a 2011 houve aumento da produção nas principais regiões: 23% no Nordeste; 54% no Norte; 56% na região Sudeste. A produção nacional é de 172 mil toneladas de carne por ano, abaixo das 204 mil toneladas consumidas anualmente no País, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos.
Comparando-se a outras carnes, o consumo não é tão alto, mas mesmo assim o País precisa importar carne ovina do Uruguai e da Argentina. O consumo per capita/ano é de 700 gramas, já o de carne bovina é de 37,6 quilos, segundo o Anuário da Pecuária Brasileira (Anualpec, 2007).
As informações são da Embrapa, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
jaco oliveira morais
Milagres - Ceará - REVENDA VETERINÁRIA
postado em 08/11/2014
E muito importante o criador fazer não só o controle parasitário dos ovinos como também o controle biológico pois dá mais segurança no desenvolvimento dos animais.
VETERINÁRIA MORAIS