As instituições firmaram protocolo para plano de trabalho que prevê a capacitação de técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), com ênfase na escrituração zootécnica (registro de dados dos rebanhos) para a participação em núcleos de melhoramento genético animal, mas também sobre temáticas como reserva estratégica de alimentos e água e boas práticas agropecuárias. O plano de trabalho prevê também a expansão, no Ceará, dos programas de melhoramento genético da Embrapa voltados para caprinos e ovinos de corte (GENECOC) e caprinos leiteiros (Capragene).
O projeto inicial de trabalho em conjunto abrangerá os municípios de Tauá, no sertão dos Inhamuns, e Quixadá, no Sertão Central, dois dos principais pólos de produção de caprinos e ovinos no estado e onde os governos federal e estadual já desenvolvem o programa Leite Fome Zero, que adquire leite de cabra dos produtores em regime de agricultura familiar e repassa a famílias em situação de risco nutricional. Até julho, serão identificados rebanhos que possam produzir e multiplicar material genético. A capacitação dos extensionistas e a implantação de unidades demonstrativas no estado deverão acontecer até o fim deste ano.
Com a articulação, os programas de melhoramento genético da Embrapa também se alinharão às ações de assistência técnica do projeto Semiárido, parceria do Ministério com os governos estaduais no Nordeste. “O grande ganho desta articulação é permitir a disseminação de material genético avaliado e qualificado entre os produtores rurais, com o apoio dos projetos de assistência técnica”, avaliou Rodrigo Dantas, coordenador de Produção Integrada da Cadeia Pecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Para os técnicos do Governo do Estado, as ações poderão trazer impacto direto aos produtores. “As ações podem trazer um avanço enorme para criadores que hoje produzem leite, mas que poderão também no futuro produzir material genético de qualidade”, destacou Márcio Peixoto, coordenador das Cadeias Produtivas da Pecuária da Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará. “Pode haver um salto de qualidade na produção, com profissionalização dos produtores, rebanhos geneticamente melhorados e mais viáveis”, disse Sérgio Lima, assessor da Gerência de Apoio Técnico da Ematerce.
Melhoramento genético animal
Os programas de Melhoramento Genético de Caprinos e Ovinos de Corte (GENECOC) e de Melhoramento Genético de Caprinos Leiteiros (Capragene) são algumas das principais iniciativas da Embrapa para os trabalhos de pesquisa em conservação e melhoramento animal dessas espécies no Brasil. O GENECOC é um serviço de assessoria genética que reúne dados zootécnicos de rebanhos de diferentes regiões do país, por meio de um sistema de gerenciamento online. Com o acesso a este sistema, produtores participantes têm dados confiáveis para tomadas de decisão como o acasalamento de animais, descarte, entre outras, com foco nos objetivos de sua produção.
O Capragene tem como objetivo principal realizar avaliações genéticas a partir de um banco de dados, para obter a chamada Capacidade Prevista de Transmissão (PTA) das características de interesse – como produção de leite, por exemplo – de um reprodutor ou matriz para seus descendentes, provendo instrumentos para o melhoramento de rebanhos. Em 2014, o programa lançou o primeiro sumário de avaliação genética de uma raça de caprinos no país, a Saanen. A expectativa da Embrapa com a parceria firmada é de expansão deste programa a outras regiões: atualmente o Capragene abrange rebanhos somente do Sudeste.
“O melhoramento é um dos elementos essenciais na eficiência do sistema de produção. No caso de caprinos e ovinos, ainda há carência grande em material genético disponível, principalmente material genético qualificado, que tenha uma avaliação e que se conheça o mérito genético do animal, que ele tem para transmitir determinada característica. A intenção é juntar os esforços para uma estratégia de atuação para melhorar o acesso dos produtores a este material”, frisou o pesquisador Olivardo Facó, da Embrapa Caprinos e Ovinos.
As informações são da Embrapa Caprinos e Ovinos, adaptadas pela Equipe Nossa Matilha.
Jorge Cavalcante
Venâncio Aires - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos de corte
postado em 10/05/2015
Quanto ao abate e comercialização de carne ovina, existe na Italia um sistema em que fica centralizado em determinada região abrangente de diversos criatórios, uma Carreta Abatedouro - Frigorifico , possibilitando não só o abate como embalagem identificando propriedade produtora bem como qualificando -especificando o produto. Não fazendo apologia ao abate informal, mesmo porque na esteira dele esta o abigeato, sendo ambas situações irregulares. Talvez ai se encontre soluções para agregar valor ao produto, seja com especificações de cortes , como caracterização de qualidades do produto atraves especificação embalagens. Pondere-se ainda vantagens de legalização, sociais e de arrecadação. Todos ganham!