"Ele me pediu, ainda em março, que ficasse até o fim da gestão dele", disse Crestana ao Valor antes de voltar a São Carlos/SP. "Mas o presidente disse que respeitava minhas razões pessoais e familiares". Bem avaliado pelo alto escalão do governo, Crestana afirmou não ter tido "nenhuma dificuldade" com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Nos bastidores, entretanto, comenta-se que ele teria despertado insatisfações em seu superior imediato. Teria pesado, ainda, a aproximação estratégica de Stephanes com o chefe da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo Miranda, nas discussões políticas sobre a reforma do Código Florestal.
Na busca por um novo nome para o cargo uma "comissão" selecionará os candidatos. Entre os favoritos, estão Evaristo Miranda, o ex-diretor Dante Scolari e o atual diretor-executivo José Geraldo Eugênio França.
"A Embrapa tem nomes à altura para continuar. Espero que não tenha briga política porque a iniciativa do processo foi minha. E tomara que não crie embaraços ao ministro e ao presidente. Espero uma transição suave, porque não é hora de parar nem de imobilizar a empresa", afirmou Crestana. "A empresa está sem crise, prestigiada e com recursos. Saio com a missão mais que cumprida, extrapolada no tempo e nos resultados", afirmou.
O ex-presidente afirmou que os fatores "que mais pesaram" para sua saída foram a necessidade de conciliar as obrigações em Brasília com suas atividades de pesquisa e a pressão familiar para estar mais presente no dia-a-dia dos dois filhos adolescentes. "A gente vai levando, mas tem uma hora que não sabe se está fazendo direito. Fiquei dividido, tenho filhos e o programa de pós-graduação em São Carlos".
As informações são do jornal Valor Econômico resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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