O crambe é uma planta que apresenta como características principais elevadas concentrações de óleo e proteína. É uma cultura de clima temperado e adapta-se a algumas áreas do Brasil Central. Possui tolerância à seca e ao frio, é de ciclo precoce, baixo custo de produção e tolera riscos.
Desde a década de 1930 tem sido avaliada nos Estados Unidos a respeito do potencial para produção de óleo. Em 1995, a Fundação MS iniciou pesquisas no Mato Grosso do Sul com o objetivo de avaliar o desempenho do crambe para cobertura de solo e para a produção de biodíesel. De acordo com o pesquisador Alexandre Agiova, um dos resultados desse trabalho foi o lançamento da cultivar FMS Brilhante, cujo farelo foi utilizado na pesquisa conduzida nas instalações do Núcleo. Uma das vantagens que apresenta é o fato de não competir com as culturas anuais tradicionais (milho e soja), uma vez que o plantio vai do início de abril até o final de maio. Isso possibilita ao produtor maior aproveitamento da terra e rentabilidade.
A extração do óleo para produção de biodiesel resulta num grande volume do farelo de crambe e a possibilidade de uso do farelo comercial na alimentação de ruminantes é importante para viabilizar economicamente a cultura e compatibilizar ambientalmente a destinação de resíduos.
O experimento realizado nas instalações do Núcleo Centro-Oeste, em Campo Grande (MS), avaliou o consumo, desempenho produtivo, avaliação de carcaça e perfil de ácido graxos na carne de ovinos terminados em confinamento.
Os primeiros resultados indicam que o farelo de crambe poderá substituir em até 90% o farelo de soja na composição de dietas de ruminantes. Esses resultados parciais foram apresentados aos produtores rurais durante a realização do Showtec 2010, feira tecnológica organizada pela Fundação MS, importante evento que envolve cerca de 100 empresas e reúne 12 mil participantes no município de Maracaju (MS). "Os resultados iniciais da pesquisa também serão apresentados na Reunião da Sociedade Brasileira de Zootecnia, em julho de 2010, em Salvador", afirma Agiova.
De acordo com o pesquisador Fernando Reis, coordenador do Núcleo, os próximos passos do projeto de pesquisa são as análises laboratoriais que irão determinar se o principal fator antinutricional existente no farelo de crambe, o ácido erúcico, não traz nenhum prejuízo à saúde dos animais para depois haver a recomendação da quantidade ideal a ser utilizada nas rações.
As informações são da Embrapa Caprinos e Ovinos, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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