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Embrapa lança nova cultivar de forrageira para o período seco

postado em 04/06/2013

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A Embrapa Gado de Corte – Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou um dia de campo para apresentar a mais nova tecnologia desenvolvida pela Empresa e parceiros, a cultivar de Brachiaria brizantha, BRS Paiaguás.

Fruto de um longo trabalho, a cultivar Paiaguás é derivada de populações de Brachiaria brizantha, importada da África. É o primeiro capim selecionado para os sistemas de produção integrados, especialmente, na modalidade lavoura-pecuária, sendo de fácil utilização com milho safrinha e uma boa alternativa na entressafra da soja. Critérios como produtividade, vigor e produção de sementes foram destacados no processo de seleção que deu origem a cultivar.

Segundo a coordenadora do programa de melhoramento genético vegetal da Empresa, Cacilda Borges do Valle, a nova cultivar foi desenvolvida para preencher uma antiga carência da pecuária de corte - a perda de peso dos animais no inverno quando a disponibilidade de folhas no pasto diminui. “A Paiaguás veio para atender o problema do “efeito sanfona”, situação que há muito tempo prejudica o produtor. No inverno, com a redução de folhas e, consequentemente, do valor nutritivo do pasto, o gado tende a perder peso”, comenta Cacilda.

A BRS Paiaguás também revelou ser uma excelente opção para a diversificação de pastagens em solos de média fertilidade no bioma Cerrado. Além de proporcionar desempenho animal no período seco superior às cultivares de B. Brizantha disponíveis, ela também se destaca pela elevada produção de folhas, vigor, cobertura do solo, distribuição e produção ao longo do ano, sobretudo no inverno.

Em campo, explica a pesquisadora Valéria Pacheco, a grande vantagem da Paiaguás quando comparada a outras cultivares em uso - Piatã, Marandu e Xaraés - é que melhor minimizou o problema da alimentação do gado no período seco. Enquanto as demais sofrem com a falta de água, a Paiaguás apresenta maior acúmulo de forragem com alto teor de folhas e bom valor nutritivo nesse período.

Vale ressaltar que a Paiaguás é suscetível a pragas como a cigarrinha-das-pastagens. Os resultados dos testes revelam que ela sofre dano moderado sob a cigarrinha Notozulia entreriana e dano severo sob ataque da cigarrinha Mahanarva Fimbriota, por isso não é recomentado o uso da cultivar BRS Paiaguás em áreas com histórico de alta infestação de cigarrinhas.

Pesquisa


Para que uma cultivar chegue ao produtor é preciso em média 10 anos de pesquisa. Esse processo envolve mais de 30 pesquisadores de diferentes especialidades ao longo de cinco etapas. São três anos de experimentos iniciais de canteiro, dois anos de ensaios regionais, fase na qual a cultivar é testada em outras áreas do país. E por último a etapa de manejo e desempenho animal realizada em dois momentos: avaliação efeito do animal sob o pasto e avaliação da forrageira sob o animal.

Homenagem

Mantendo a tradição de homenagear os povos indígenas que compõe o imaginário da cultura regional do Centro-Oeste, a Unidade Gado de Corte resgata desta vez a memória da etnia Paiaguás, os índios canoeiros do rio Paraguai.

A história da tribo Paiaguás é marcada pela bravura de um povo que resistiu as monções. Para quem não se recorda durante os séculos XVII e XVIII, Portugal promoveu expedições fluviais partindo da cidade de Porto Feliz, na capitania de São Paulo, com a tarefa de colonizar, identificar, proteger e abastecer as parcelas ocidentais da América portuguesa. Essas expedições foram denominadas de monções, e caracterizam o processo de ocupação colonial da região central da América do Sul, a região que hoje conhecemos como Centro-Oeste.

Como os Paiaguás a nova cultivar da Embrapa tem valentia. Cresce e se desenvolve em tempos desfavoráveis, onde a escassez de chuva é uma dura realidade para o campo. A BRS Paiaguás floresce na adversidade, é sinônimo de persistência, assim como os próprios Paiaguás que lutaram contra as moções.
 
A reportagem é da Embrapa, adaptada pela Equipe AgriPoint. 

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Comentários

Nelson de Souza Paiva

São Paulo - São Paulo - Produtor Rural
postado em 05/06/2013

Reportagem muito oportuna para quem como eu sou calouro em integração Lavoura Pecuária. O próximo período 2013/2014 será a minha terceira lavoura de soja. Tenho experimentado na integração a cultivar Ruziziensis versus a cultivar Piatã. Devido ás condições climáticas não temos a vantagem da safrinha. Temos de jogar a semente a lanço, quando as folhas da soja começam a amarelar. Gostaria de saber por parte da Coordenadora Cacilda Borges do Valle se a cultivar BRS PAIAGÁS é superior a PIATÃ E/OU RUZIZIENSIS, nas minhas condições de solo de médio/alta fertilidade e com o sistema de jogar as sementes a lanço quando as folhas começam a amarelar. Em caso positivo, qual o VC recomendado e quanto de semente/há lançar. Parabéns pela reportagem. Aguardo o favor do retorno sobre o assunto. Att. Nelson de Souza Paiva

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