A nova estrutura do laboratório de Ciência e Tecnologia de Alimentos dará suporte à ampliação do portfólio de pesquisas sobre produtos derivados do leite e carne de animais. "Estamos vivendo um novo ciclo, com colegas que vêm contribuir com queijos mais apurados e sofisticados, por exemplo, para atender a novos desafios em pesquisa", ressalta o pesquisador Luis Eduardo Laguna, destacando inovações como os alimentos probióticos e os queijos enriquecidos com ervas e produtos regionais.
Na obra foi investido R$ 1 milhão, sendo metade deste recurso proveniente do Programa de Fortalecimento e Crescimento da Embrapa (PAC Embrapa) e a outra metade de recursos do orçamento da unidade. Serão cinco laboratórios multiuso, que contemplarão análises nas áreas de microbiologia, proteômica, físico-química e também sala para análise sensorial, que permite avaliar a aceitação de consumidores ao sabor e odor dos produtos. O laboratório também contará com a estrutura da usina de produção de leite, apta a processar 500 litros de leite de cabra por dia, além de auditório para treinamentos na área.
A estrutura já despertou atenção de outras instituições de pesquisa, como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará (IFCE), cujos professores do curso de Tecnologia de Alimentos do campus de Sobral visitaram as obras do laboratório em dezembro de 2009 e mostraram interesse em formatar parcerias para ações de pesquisa.
Com recursos do Programa foram adquiridos trator agrícola, triturador de galhos e carreta agrícola. A central permitirá um destino adequado para resíduos orgânicos dos animais, em consonância com a política de gestão ambiental da Embrapa Caprinos e Ovinos. A compostagem é o processo de decomposição, biológico e controlado, de transformação de resíduos em adubo. A prática permite a eliminação de carcaças de animais mortos, evitando a contaminação do meio ambiente e a propagação de agentes infecciosos.
"O processo, quando bem manejado, não apresenta mau cheiro, nem permite a proliferação de moscas", destaca o analista Eduardo Oliveira, do setor de Campos Experimentais. De acordo com ele, o sistema apresenta vantagens como o uso do produto final como adubo para a lavoura, além de boas condições de implantação em uma propriedade em função do baixo custo de instalação, facilidade operacional e segurança sanitária e ambiental. "No caso de pequenos ruminantes será uma prática inovadora, uma vez que o processo de compostagem será testado pela primeira vez em carcaças de caprinos e ovinos", acrescenta Eduardo. Outra possibilidade citada por ele é a de utilização da tecnologia em grande escala com uso em frigoríficos.
A reportagem é da Embrapa Caprinos e Ovinos, adaptada pela Equipe FarmPoint.
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