Com a retomada da ovinocultura, motivada pela valorização da carne, torna-se fundamental o aumento do rebanho ovino, o que tem sido alvo de várias políticas públicas. A utilização da inseminação artificial (IA) pode proporcionar uma ampliação no uso de carneiros selecionados por características desejáveis ou que possuam o gene da prolificidade (mutação Booroola). Uma infraestrutura adequada e a Sincronização de Partos são componentes do sucesso do processo de inseminação.
A Infraestrutura para a Inseminação foi desenvolvida e fomentada, nas décadas de 1940 e 1950, pelo Serviço de Fisiopatologia da Reprodução e Inseminação Artificial (Sfria) de Ovinos do Ministério da Agricultura. A disseminação dessa tecnologia de IA é uma ação de resgate realizada pela Embrapa Pecuária Sul, já que visa facilitar o manejo dos animais e o processo de utilização do sêmen fresco de um carneiro para inseminar lotes maiores de ovelhas. Com a sincronização de partos, tecnologia desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul, além de reunir, no mesmo período, um maior número de fêmeas férteis para a inseminação, é possível fazer com que os partos coincidam com épocas de melhor disponibilidade alimentar, o que reduz as perdas após a parição.
A inseminação artificial é também uma ferramenta importante para a disseminação da tecnologia Booroola. A partir dos estudos realizados na Embrapa Pecuária Sul, o gene foi introduzido em ovelhas, quando se verificou o potencial de duplicar o número de cordeiros nascidos por ovelha acasalada. A tecnologia Booroola já está sendo utilizada por uma "3ª geração" de produtores, que já constatam os ganhos com o aumento da produtividade na criação de cordeiros para abate. Porém, o pesquisador José Carlos Ferrugem Moraes, da área de reprodução animal, ressalta que a adoção da tecnologia depende de um dispêndio maior de trabalho ao produtor, bem como um maior cuidado com o manejo, para evitar a morte de cordeiros antes do desmame.
Pecuária
A participação da atividade pecuária nas emissões e remoções de gases de efeito estufa (GEE) tem propiciado diversos e intensos debates. Muitas vezes rotulada como a grande vilã nesta dinâmica, no Brasil ainda não existem estudos sistematizados e científicos sobre o papel da pecuária no processo. Com o objetivo de avaliar o balanço do carbono, foi criada pela Embrapa a Rede de Pesquisa Pecus, que vai estudar a dinâmica dos GEE nos seis biomas brasileiros.
No bioma Pampa, as pesquisas estão sendo lideradas pela Embrapa Pecuária Sul e as avaliações da dinâmica dos GEE vêm sendo conduzidas em três sistemas pecuários: Integração Lavoura-Pecuária (soja/milho-ovinos); terminação de bovinos de corte em pastagem natural manejada com diferentes níveis de intensificação; e recria de novilhas em ambientes pastoris, com diferentes níveis de interferência antrópica.
Para avaliar a dinâmica dos GEE, serão utilizadas diferentes metodologias, tanto para medir a emissão dos gases pelos animais e pelo sistema solo-planta, como para analisar a quantidade de carbono armazenado no solo no mesmo período. No caso dos animais, a emissão de metano é medida com a colocação de coletores junto às narinas, equipamento que vai mostrar a quantidade de gás emitido em determinado período. Já a emissão do sistema solo-planta é avaliada a partir de um equipamento formado por uma caixa hermeticamente fechada que, por meio de sensores, possibilita averiguar a quantidade de carbono que é liberada para a atmosfera. Por outro lado, amostras do solo são retiradas de diferentes profundidades para quantificar a quantidade de carbono que fica armazenado nos ambientes estudados. Segundo a pesquisadora Cristina Genro, coordenadora do Pecus no bioma, resultados da pesquisa mostram que no Pampa é possível criar bovinos de corte em pastagem nativa com baixas emissões de metano, mantendo o solo em excelentes condições, desde que os sistemas sejam manejados adequadamente.
As informações são da Embrapa Pecuária Sul, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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