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Enquete: como aumentar a demanda de carne ovina?

postado em 21/01/2010

2 comentários
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Foi encerrada na última sexta-feira (15/01) a enquete do FarmPoint a respeito de como podemos aumentar a demanda de carne ovina no Brasil. A enquete teve a participação de 15 usuários que debateram sobre o tema e sobre os entraves da cadeia que dificultam o aumento da demanda por carne ovina no Brasil. Abaixo seguem os temas comentados pelos leitores.

Marketing

As campanhas publicitárias e a criação de marcas foram apontadas pelos leitores como de extrema importância para a divulgação da carne no país, contribuindo para o aumento da demanda pelo produto.

Eric Storani, agrônomo e produtor rural de São Pedro/SP, acredita que "uma campanha publicitária de incentivo ao consumo seria uma alternativa e que as associações e cooperativas poderiam realizar uma campanha nacional conjunta para estimular o aumento do consumo da carne ovina". Sobre a criação de marcas, ele acredita que "corremos o risco de ficar na mão de grupos ou de um grupo restrito que cause controle no preço, favorecendo a indústria".

Para Luís Carlos da Rosa Soares, produtor de ovinos e diretor do Lacticínios Sant'Anna Ltda de Santana do Livramento/RS, temos um potencial a ser explorado. Para ele, "o que precisamos é de marketing através dos meios de comunicação para a população ter conhecimento sobre a qualidade da carne ovina".

Na mesma linha, Nei Antônio Kukla, técnico agropecuário e administrador especializado em agronegócios de Porto União/SC acredita que "um trabalho de campanhas de marketing para estimular o consumo do produto fora da época natalina ou período de Páscoa e um trabalho para acrescentar a mesma no cardápio do dia-a-dia das escolas seriam estratégias interessantes para promover o consumo". Nei também acredita que a criação de uma marca para a carne funcionaria muito bem se fosse feito um trabalho regionalizado. "A carne deve conter características locais, porém com o sotaque de carne de cordeiro de qualidade, como algumas alianças mercadológicas da carne bovina já fizeram, ou seja, criaram suas marcas regionalizadas mas enfatizando sempre o Novilho Precoce".

Elton Cléo Thíel, produtor de ovinos de Pelotas/RS, comenta sobre a utilização de selos de qualidade para a certificação. "Cito como exemplo o Conselho Regulador do Cordeiro HERVAL PREMIUM no RS, o qual já esta há 10 anos acompanhando cordeiros do campo ao abate sempre primando pela qualidade final do produto. Os cortes recebem o selo "CORDEIRO HERVAL PREMIUM" somente após rigorosa certificação, que é feita dentro do frigorífico.

Ausência de frigoríficos

Alguns leitores citaram a ausência de frigoríficos especializados no abate de ovinos como fator que contribui para dificultar o escoamento da produção e consequentemente a oferta constante de produtos. Segundo os leitores, esse fato ainda contribui com o abate informal.

Milena Hama Totake Watanabe, pós graduanda do Instituto de Zootecnia, de Nova Odessa/SP, frisa que enquanto não houver frigoríficos de abate de ovinos em diversas regiões o produtor não terá como escoar a produção. "A demanda interna pela carne ovina cresce mais a cada ano, porém faltam abatedouros legalizados para a realização do abate e venda da carne para supermercados e restaurantes."

A construção de frigoríficos especializados também foi citada por Carlos Henrique Pellizari Fernandes, proprietário e consultor de Dourado/MS. "Digo que a criação de uma marca de carne ovina, é 50% do primeiro passo. Depois bastaria criar abatedouros sem muitos entraves e um grupo de vendedores para as grandes redes".

De acordo com Marcos Lima Barbosa, produtor de ovinos de São Paulo/SP, o governo deveria criar uma taxação que desincentive a importação de carne ovina e ao mesmo tempo crie uma política verdadeira com os Estados para "incentivar as prefeituras estrategicamente localizadas para a construção de pequenos frigoríficos regionais, com uma legislação sanitária desburocratizada e ágil e administrados pelas associações regionais de criadores com apoio e gerenciamento de orgãos estaduais de formação, pesquisa e fomento da atividade".

Padronização dos produtos

De acordo com os leitores que comentaram sobre a padronização dos produtos, essa envolve toda a cadeia produtiva e é de extrema importância para estimular o consumo de carne ovina.

Diegro Magri Bernardes, médico veterinário de São Sebastião do Paraíso/MG, acredita que "os produtores não padronizam seus planteis, pois na maioria das vezes isso implica em investimentos em genética, nutrição e escala".

Luiz Eduardo Moura Castro, gerente da Le Gourmet Alimentos Ltda., de Sorocaba/SP, destaca que a padronização do produto é uma necessidade urgente e envolve toda a cadeia produtiva. "É um plano a longo prazo envolvendo indústria, produtor rural e o governo".

Para Milena Hama Totake Watanabe, os produtores precisam ser incentivados a produzir animais com os padrões estabelecidos pela indústria, e para isso "deve-se remunerar diferencialmente o produtor para cada categoria animal através da caracterização e tipificação das carcaças obtidas, assim, se o frigorífico pagar mais caro para carcaças com peso médio de 15 quilos, por exemplo, o produtor será "obrigado" a produzir animais nesses parâmetros."

Eric Storani e Alana, zootecnista de Goiânia/GO, também concordam que premiar o produto qualificado estimularia a produção e compensaria maiores investimentos.

Participe você também

Na sua opinião, o que pode ser feito para aumentar a demanda por carne ovina? Envie sua resposta no espaço abaixo, para cartas do leitor. Desde já muito obrigada.

Equipe FarmPoint

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Comentários

Pedro Alberto Carneiro Mendes

Fortaleza - Ceará - Consultoria/extensão rural
postado em 21/01/2010

Novamente, vem a tona a falta de frigoríficos, como gargalo no escoamento da produção e constância de oferta na produção ovina.

De nossa parte consideramos que essa afirmação só terá validade se antes de sua implantação for feita um levantamento do rebanho e PRINCIPALMENTE sua distribuição entre os produtores, ou seja, quantos animais são criados por cada produtor.

Para ilustrar nossa afirmação vamos ver um exemplo concreto vivenciado por
nós em nosso dia a dia:

Deveria ser criado um frigorífico para abate de 50 animais dia, e então fomos indicados para realizar a pesquisa de que falei anteriormente, e seu resultado
foi o seguinte:

Índices zootecnicos considerados:
. Fertilidade 80 %
. Parição 1,2 parto/ano
. Prolicidade 1,3 crias parto
. Natalidade 1,56 crias/matriz/ano

Considerados esses indices seria necessário um rebanho de 34.253 animais e como cada produtor cria em média 100 animais, será necessário organizar 343
produtores. Lembramos que foram adotados os índices de alta tecnologia recomendados pela EMBRAPA - Caprinos.

O frigorífico não foi implantado devido as seguintes razões:
. Os índices alcançados estavam bem abaixo dos preconizados.
. Dificuldade (sem uma cooperativa) de organizar os 343 produtores em torno do frigorifico.
. 100 cabeças por produtor era a média, entretanto a maioria detinha menos de 60 cabeças.

Acredito que com essas considerações possamos dar uma feição profissional a instalação de novos frigorificos pois são muitos os "fechados" nesse país.

Roberis Ribeiro da Silva

Salvador - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 22/01/2010

A existência ou não de frigorificos de caprinos e ovinos, não se constitue em gargalo para o agronegócio caprino e ovino brasileiro.

Acredito que o planejamento e a organização da pequena produção em grandes cooperativas deva ser o caminho para a maioria do rebanho caprino e ovino da Bahia e Nordeste. Só assim, a viabilização econômica dos frigorificos de caprinos e ovinos seria uma realidade.

Digo isso porque todos frigoríficos de caprinos e ovinos aqui na Bahia estão em dificuldade na obtenção de animais para abate ao longo do ano. Consequentemente os preços pagos ao produtor vêm alcançando R$ 8,00/Kg de carcaça. Lembro que a qualidade da nossa matéria prima e a regularidade é sim um grande gargalo neste agronegócio.

A Bahia tem um rebanho de 8 milhões de cabeças caprinas e ovinas, e não consegue abastecer de forma regular, com preços competitivos e diferenciados por idade do animal e também qualidade de carcaça. Em outras palavras são necessários apenas 80 mil cabeças por ano para abastecer os três frigoríficos de caprinos e ovinos em atividade na Bahia. Ou seja, não existe motivo para essa falta de regularidade e preços superior aos pagos no Rio Grande e no Uruguai.

Enfim, preço é um a questão de demanda e oferta. Mas é preciso que todos saibam que o preço praticado na Bahia de R$ 8,00/Kg de carcaça é em função do ABATE CLANDESTINO (FRIGOMATO), uma vez que qualquer pessoa na Bahia compra e abate 5 a 8 cabeças por R$ 8,00 e comercializa por R$ 11 a 12 nas feiras livres, restaurantes, hoteis etc. Só que os frigorificos tem custos fixo e variáveis e ponto de equilibrio.

Penso que o caminho ainda seja o de grandes cooperativas de produção e grandes empreendimentos privados de produção. Digo rebanhos apartir de 5, 8 e 10 mil matrizes, para abastecer esses frigorificos em forma de contratos de fornecimento.

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