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Érique Pedro comenta sobre preço do cordeiro

postado em 18/08/2010

5 comentários
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O produtor de ovinos, Érique Pedro, de Porto Velho, Rondônia, enviou um comentário na notícia "São Paulo alcança R$ 5,31 no preço do cordeiro". Abaixo leia a carta na íntegra.

"Ótimo! Para o nosso produtor é ótimo! Quanto mais, melhor?

Infelizmente, com esses preços, cada vez menos o produtor vai trabalhar em cima da eficiência e profissionalismo, objetivando apenas desempenho (sem observar custos).

Digo infelizmente porque assim, com os preços praticados hoje, a carne de nossos ovinos não são para BRASILEIROS, ou seja, é um pouco difícil ter hábito de consumo de um produto tão caro, o que por sua vez nos impede de aumentar a produção. Além do mais, isso abre uma enorme brecha para técnicos picaretas enfiarem projetos mirabolantes (e financiados, claro!) goela abaixo em nosso produtores.

O caminho é a eficiência e não o maior preço. A bovinocultura já nos ensinou isso, nos seus erros e acertos".

Clique aqui para ler mais opiniões sobre este assunto.

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Comentários

Genildo Fonseca Pereira

Apodi - Rio Grande do Norte - Pesquisa/ensino
postado em 18/08/2010

É Erique Pedro, realmente o preço da carne de ovinos ainda é muito alta para disputar com as carnes de bovino e frango, não é por menos que temos o menor consumo per capta entre as principais carne consumidas pelos brasileiros. Em quanto a carne bovina tem uma per capta de 35kg/hab/ano a de frango chegando aos 30kg/hab/ano a carne ovina não chega a 1kg/hab/ano (0,700kg/hab/ano). Realmente não temos como concorrer com preço que não é atraente para o consumidor, essa foi a estratégia dos criadores de frango para alcançar o grande consumo deste tipo de carne no Brasil "preços baixos" que o consumidor possa levar para casa e abastecer sua geladeira ou frezer com proteina de grande valor nutricional para a alimentação humana. Espero que os custos de produção desta atividade seja revisto para que esse preço não seja o vilão da atividade.

Marcos Vinicius Grein

Balsas - Maranhão - Consultoria/extensão rural
postado em 19/08/2010

Porém, é extremamente difícil aqui no Nordeste produzir carne de qualidade de forma mais barata (período seco prolongado). O que impede o desenvolvimento aqui na região é justamente isto: a baixa renda da população e ao mesmo tempo a não valorização da carne de qualidade superior. Concorrer com carne caprina e bovina de qualidade suspeita é complicado, isto sem falar na inexistência formal dos abates.

Joel Marcos Pereira

Tangará da Serra - Mato Grosso - OUTRA
postado em 21/08/2010

Concordo plenamente com Sr. Marcos Vinicius. A produção sem padronização é a maioria aqui no Centro-oeste. Não temos para quem vender a não ser de maneira informal. Isto é desanimador. Não tem uma política de fato desde que iniciei meu próprio projeto de ovinocultura. Apenas promessas que um frigorifico esta à caminho. Conseguimos porque esta não é a nossa atividade principal. No entanto a ovinocultura para pequenos e médios produtores aqui no MT é inviável. Quando leio sobre a diminuição da carne importada do Uruguai penso, por instantes que um dia chegaríamos a suprir o mercado nacional e virarmos exportadores de excelência como acontece na bovinocultura. Peço encarecidamente aos políticos que nos animam enganosamente: Não façam isso com a ovinocultura do Centro-Oeste. Sou um visionário com a ovinocultura. Trabalho para que esta falta de mercado dos nossos ovinos um dia possa mudar. Não adianta eu e outros produtores da região investirmos em genética, qualidade se estes produtos ficam restritos aqui limitados pela distância dos frigoríficos .


Wilson Ashidani

Madre de Deus de Minas - Minas Gerais - Cereais, reflorestamento e ovinocultura corte
postado em 23/08/2010

Sim, o preço muito fora da realidade realmente atrai os "paraquedistas" de plantão. Por outro lado, premia aquele criador que, ha muitas custas e persistência, se profissionalizou na criação.

Creio que esta fase de preços é temporária devido à entressafra, entre outros fatores, como a morte de cordeiros nas geadas do sul do país e a falta dos cortes uruguaios, desviados pro Oriente Medio.

Acho que para tirar o maior proveito dessa situação devemos aproveitar o momento para negociar melhor nossos animais, estabelecer parcerias comerciais, abrir novos mercados, realizar aqueles descartes (que ningém quer quando o preço tá baixo), e quem sabe até vender algumas matrizes por um preço mais remunerador para os que se animarem a começar a criar.

Costumamos tanto à reclamar das coisas, que até quando o preço tá bom, reclamamos...hehe.

Vamos tentar aceitar esta "dura" realidade e tentar tirar o melhor proveito disso, tomando as devidas ações administrativas para tirar o maior proveito disso.

Quanto aos futuros paraquedistas? Desanimarão quando os preços voltarem à patamares normais. Porém quero crer que sobrarão alguns bons criadores...

Érique Costa

Porto Velho - Rondônia - Produção de ovinos
postado em 02/09/2010

Olá Wilson Ashidani,
Sim, é verdade, quem tiver algo a vender e o preço estiver bom, deve vender. Isso é o mercado.
Quando falo dos altos preços, não falo em momento. Falo em cadeia fechada. Produzir com garantia de compra, o que hoje, se pararmos para pensar bem, não exite. Exemplo: a pouco tempo, vendi um carga de bois gordos e outra de bezerros em 1 dia. Sabe como? Foi só fazer 2 telefonemas, para 2 compradores diferentes, que vieram buscar! Isso é garantia. É liquidez de venda. Quem aí já conseguiu vender 200 cordeiros gordos em 1 dia receber no prazo estabelecido? Não é questão de custume de reclamar, mas de enchergar o futuro. O futuro da produção à pasto é a ovinocultura. Temos que trabalhar na cadeia produtiva, e se subirmos os preços, não criaremos hábito de consumo, consequentemente, continuaremos na mesma!

Abraço à todos que leram e comentaram!

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