Longe de se recuperar, a carne ovina segue sem levantar a cabeça nos mercados, porque também não foram resolvidas as causas que levaram à crise. Ao contrário, essas causas se acentuaram, somando-se a novas causas que ameaçam gerar mais baixas no número de propriedades.
Para o porta-voz do setor de serviços veterinários do Asaja (Associação Agrária de Jovens Agricultores)-Córdoba, José Luis Villafuerte, o decréscimo de ovinos será de cerca de 20% do rebanho de reprodutoras na Província.
O desânimo tem se difundido de tal forma, que a maioria dos produtores afetados pela doença da língua azul nem sequer se esforçou para repor as baixas causadas pela doença, disse ele. Villafuerte estimou que de um rebanho que rondava as 700 mil cabeças, ocorreram em torno de 70 mil mortes por febre catarral ovina, o que representa 10% aproximadamente.
Os outros 10% correspondem aos pecuaristas que decidiram abandonar a propriedade por pressão dos mercados, principalmente pela queda dos preços e pelo encarecimento dos alimentos animais.
"Antes da crise, uma cabeça de ovino oscilava no mercado entre 60 e 100 euros (US$ 94,72 e US$ 157,86); agora está por 40 a 45 euros (US$ 63,14 a US$ 71,04), de forma que se o animal comer um quilo de ração, o pecuarista já está perdendo dinheiro".
Nestas circunstâncias, vários produtores de ovinos optaram pelo abate dos animais para deixarem de perder dinheiro. Nem o fundo de 23 milhões de euros (US$ 36,30 milhões) prometidos pelo Governo para que o setor se recupere da crise da doença da língua azul parece estar surtindo efeito. Essa ajuda chegaria na forma direta tanto por animal morto - 100 euros (US$ 157,86), por ovelha morta - como por ovelha viva na região onde é necessário manter uma política sanitária para frear o problema - 6 euros (US$ 9,47) cada uma -, assim como na forma de empréstimos de 30 mil euros (US$ 47,36 mil) sem juros "para começar a recuperar as perdas".
Paralelamente, o Governo espanhol prometeu iniciar uma campanha de promoção da carne ovina para recuperar os níveis de consumo que, segundo dados oficiais, caíram em 25%.
Outro fator que poderia estar prejudicando o setor é a falta de mão-de-obra.
A reportagem é do Europa Press.
Em 25/04/08 - 1 Euro = US$ 1,57867
0,63344 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
Envie seu comentário: