O aumento nos custos de produção e a baixa dos preços da carne têm colocado os pecuaristas espanhóis em uma situação de "rentabilidade zero", o que se traduz em perdas, segundo representantes da Mesa de Ovino, celebrada nesta semana em Madri.
Anteriormente, o diretor geral de Pecuária do Ministério da Agricultura (MAPA) da Espanha, Carlos Escribano, tinha posto as opções sobre a mesa, oferecendo um pacote de medidas destinadas a mitigar os efeitos da doença da língua azul e a crise nos preços, em um momento que classificou de "complicado".
A mais imediata será o adiantamento do pagamento dos subsídios por pagamento único ao ovino de dezembro a novembro; além disso, o MAPA oferece a distribuição de 500 mil direitos de ovino e caprino da reserva nacional; um pacote de ajudas focadas nas propriedades sustentáveis; e ajudas para o desenvolvimento das produções de qualidade.
Com relação à língua azul, haverá subsídios diretos para todas as propriedades incluídas nas zonas de restrição, ainda que ainda não tenha sido fixado o valor. No que se refere à vacina contra o sorotipo 1 desta doença, o Escribano disse que espera para o final do ano "ter um resultado definitivo" e proporcionar a vacina aos pecuaristas.
Muitas propostas, mas poucas soluções imediatas e palpáveis. Pelo menos essa era a sensação dos que saíram da reunião. É um setor que depende principalmente de pastos e forragens, de forma que o aumento dos custos e a língua azul estão "arruinando" o setor, segundo o secretário da Agricultura da União de Pequenos Agricultores e Pecuaristas (UPA), Ignácio Senovilla. Diante disso, o setor anunciou mobilizações por toda a Espanha.
O responsável por Produções Pecuárias da Coordenadora de Organizações de Agricultores e Pecuaristas (COAG), Macario Quilez, disse que se não houver injeção de dinheiro através de ajudas diretas, fiscais e imediatas, o setor vai desaparecer. Diante de uma crise que arrasta baixos preços desde 2002 e perdas de renda, "pedimos medidas urgentes encaminhadas para obter a subsistência do setor ovino e do caprino".
Como medidas focadas no mercado, o setor de ovinos espanhol pediu campanhas de promoção, principalmente nos momentos de grande produção, como a primavera, para que os consumidores conheçam a carne espanhola. Além disso, solicitam que as importações sejam identificadas nos pontos de venda para que os consumidores diferenciem a origem das carnes.
A reportagem é do site Agroprofesional.com.
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