Fechar
Receba nossa newsletter

É só se cadastrar! Você recebe em primeira mão os links para todo o conteúdo publicado, além de outras novidades, diretamente em seu e-mail. E é de graça.

Especialista explica drenagem da Linfadenite Caseosa

postado em 07/11/2008

18 comentários
Aumentar tamanho do texto Diminuir tamanho do texto Imprimir conteúdo da página

 

O produtor de ovinos e leitor do FarmPoint, Geraldo, de Dois Vizinhos, PR, enviou uma dúvida ao artigo "Medidas de controle e tratamento da Linfadenite Caseosa" publicado na seção Dicas de Sucesso. O produtor conta que possui alguns casos de Linfadenite Caseosa em seu rebanho e, como é um criador iniciante, pede mais informações de como fazer a drenagem. O autor do artigo, Daniel de Araújo Souza, enviou a seguinte resposta. Confira:

"Olá Geraldo,

Segue abaixo um esquema que pode te ajudar.

PRÉ-REQUISITOS

1.Isolar os animais com abscesso assim que identificados;
2.Analisar o estágio de maturação dos abscessos (duro com pêlos ou macio sem pêlos);
3.Executar a drenagem quando os pêlos presentes na área do abscesso começarem a cair (amolecimento do conteúdo);
4.Fazer a abertura dos abscessos em área isolada fora e longe de instalações;
5.O operador e ajudantes devem utilizar obrigatoriamente luvas descartáveis, máscara e óculos de proteção;
6.Todos os materiais metálicos a serem utilizados no procedimento (tesoura, bisturi, canivete, pinças, etc.) devem ser previamente desinfectados em água fervente por 30 minutos ou flambados em álcool a 70%;
7.Os instrumentos que forem utilizados para a abertura dos abscessos deverão ser usados somente para este propósito.

EXECUÇÃO DO PROCEDIMENTO

1.Lavar a área do abscesso com água e sabão;
2.Cortar e raspar os pêlos que ainda se encontrem no abscesso e em volta do mesmo (em uma área correspondente a espessura do dedo indicador);
3.Lavar com água e sabão e secar a área com papel toalha;
4.Realizar a assepsia do local com álcool iodado a 10% (solução contendo 90% de álcool a 70% + 10% de Tintura de Iodo a 10%) usando algodão embebido;
5.Com o auxílio de um bisturi com lâmina, canivete ou faca devidamente afiadas, realizar um corte de cima para baixo a partir do meio do abscesso até a borda inferior do mesmo;
6.Pressionar o abscesso (de cima para baixo) com cuidado para retirar o máximo de conteúdo, aparando o mesmo com gaze ou papel toalha sem deixar cair no chão ou respingar na área de trabalho;
7.Com o auxílio de gazes e uma pinça, fazer a limpeza interna do abscesso, retirando todo o conteúdo ainda restante;
8.Embeber uma gaze em Tintura de Iodo a 10% e com o auxílio de uma pinça, fazer a limpeza interna de todo o abscesso;
9.Embeber uma gaze em Tintura de Iodo a 10% e com o auxílio de uma pinça, fazer a limpeza de toda a área externa e em volta do abscesso;
10.Conservar todo o material retirado em um saco plástico (ou de papel) ou em uma pequena caixa de papelão ou similar;
11.Embeber uma gaze em Tintura de Iodo a 10% e deixar dentro do abscesso;
12.Aplicar solução repelente (do tipo mata-bicheira) na área externa e em volta do abscesso;
13.Isolar o animal em área apropriada;
14.Queimar todo o material retirado junto com o saco plástico ou caixa de papelão;
15.Enterrar os resíduos após queima em área isolada;
16.Desinfectar todos os instrumentos utilizados no procedimento, flambado-os em álcool a 70%;
17.Após 24 horas da realização da drenagem retirar a gaze de dentro do abscesso;
18.Repetir os procedimentos dos items 10, 11, 12, 13, 14 e 15 a cada 24 horas durante 2 dias consecutivos;
19.Realizar a limpeza externa do abscesso até a completa cicatrização do mesmo."


Mariana Paganoti - Equipe FarmPoint

Avalie esse conteúdo: (5 estrelas)

Comentários

Fernando

Assunção - Central - Paraguai - Produção de ovinos
postado em 10/11/2008

Que experiencia tienen con el empleo de inyecciones de formol o de iodo en el absceso?

João Bandeira de Moura Neto

Petrolina - Pernambuco - Pesquisa/ensino
postado em 10/11/2008

Parabéns, Daniel, pelas detalhadas recomendações de como se executar a drenagem do caroço, pois quem não se preocupar nunca vai acabar, sempre no seu rebanho ela vai estar. Vamos combater a linfadenite.
Prefiro realizar um corte de cima para baixo A PARTIR DA PARTE SUPERIOR ATÉ O MEIO DO ABSCESSO, pois evita a contaminação, através de corrimentos, do próprio animal e de outros animais que estejam no mesmo ambiente.

Para isso deve-se conter o animal deitado para que possa ser possível pressionar o abscesso (de baixo para cima) então dessa forma o corte ficará na área superior do caroço.

Helio Cesar Villani

Marília - São Paulo - Indústria de insumos para a produção
postado em 10/11/2008

Deveremos lembrar aos leitores, que o curativo dos abscessos tem o unico objetivo de não aumentar a proliferação da doença, visto que a principal forma de propagação é oral. Os animais abatidos em frigorificos sifados irão para a graxaria perdendo o seu valor comercial. A retirada do abscesso não significa a cura do mal.

O correto é o abate sanitário dos aniais enfermos e a vacinação do restante do rebanho.

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 11/11/2008

Caro Fernando,

Lamentablemente, no tengo ninguna experiencia con la aplicación de formalina o yodo en los abscesos. Y usted tiene alguna experiencia con estas técnicas?

Gracias por su participación!

Saludos,

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 11/11/2008

Olá Neto,

A função de manter uma gaze embebida em tintura de iodo dentro do abcesso após o procedimento e trocá-la a cada 24 horas é justamente evitar que haja corrimento de secreções e as mesmas contaminem o ambiente. A gaze funcionaria como um dreno, absorvendo essas possíveis secreções. Além disso, o animal estaria em local isolado, longe dos animais sadios.

O corte partindo do centro para a borda inferior facilita o procedimento e a retirada de todo o conteúdo, afinal, a gravidade favorece, assim como a própria limpeza posterior do ferimento. No caso do corte partindo da borda superior até o meio do abcesso, acho que dificulta o procedimento, facilita o acúmulo de secreções e dificulta a limpeza do local da lesão.

De qualquer forma, obrigado pela participação e contribuições!!

Abraços,

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 11/11/2008

Olá Helio,

Obrigado por sua participação e contribuição!!!

Abraços,

Daniel

Daniel Pimentel Gomes

Fortaleza - Ceará - Produção de caprinos de leite
postado em 12/11/2008

Uma Sugestão: coloque iodo a 10% na cavidade embebida com sal comum, que sara mais rapido e fica sem nenhuma cicatriz. Parabéns pelas dicas, que representam uma ajuda impar no dia a dia do criador.

Daniel Pimentel Gomes - criador

Fernando

Assunção - Central - Paraguai - Produção de ovinos
postado em 13/11/2008

Hemos inyectado formol al 10% en el centro del absceso en varias ocasiones con una jeringa con aguja fina.

Usualmente inyectamos entre 1.5 y 3 cc de formol, dependiendo del tamaño del absceso, y lo hacemos antes de que el mismo presente caida de pelo o reblandecimiento central. Con este metodo, no se produce ruptura del absceso, y la tumoracion practicamente se seca, y desaparece en un mes.

Flora Regina Neves de Oliveira

São Paulo - São Paulo - Estudante
postado em 13/11/2008

Daniel, é muito bom ter uma explicação passo a passo de todo procedimento para pessoas que ,como eu, estão começando nessa área, pois traz mais segurança nas ações que devem ser feitas.

Obrigada pela aula

José L Pontes

Pindoretama - Ceará - OUTRA
postado em 14/11/2008

Tenho lido muitos artigos sobre Linfadenite Caseosa e seus procedimentos cirúrgicos, mas nunca com esse detalhamento, com relação ao corte, que deve partir do centro à borda inferior. Quanto ao corte feito da borda superior ao centro do abscesso, creio eu, que além de reter o material que deve ser drenado possibilita o acúmulo de sujidades.
Parabéns pelo artigo.

iasmine moreira pontes

Goiânia - Goiás - Estudante
postado em 14/11/2008

É muito interessante responder perguntas como essas, pelo fato de pessoas como eu que ainda estão na faculdade, ter acesso a tais informações, com o intuito de ter um maior conhecimento.

JOSÉ NIVALDO DE CARVALHO JÚNIOR

Aracaju - Sergipe - Produção de ovinos
postado em 14/11/2008

Parabéns Daniel, a descrição passo a passo do procedimento de extração da secreção do nódulo da linfadenite caseosa é muito esclarecedora, mormente para aqueles, assim como eu, que iniciam seus primeiros passos na ovinocultura.

Brilhante as dicas. Por isso, a forma de lhe agradecer é lhe parabenizando pela possibilidade de nos reportar parte infíma de seus conhecimentos.
Que Deus o ilumine e nos possibilite tantos outros artigos de sua lavra, pois, certamente, este não será o último.

Espero que possa conhecê-los, e desde já agradeço pelo artigo apical, e do mesmo modo, antecipo as minhas congratulações para os artigos vindouros.
Um abraço.

Marcos Bensabath de Almeida

Mundo Novo - Bahia - Produção de leite
postado em 14/11/2008

Prezado Daniel,

Parabéns pelo prático esquema para evitar a proliferação do Caroço, que sabemos tantos prejuízos traz a nós criadores.

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 25/11/2008

Caro Fernando,

Gracias por relatar su experiencia. Asi que yo puder, voy a utilizar la tecnica del formol.

Gracias y saludos,

Daniel

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 25/11/2008

Prezados Daniel, Flora, José, Iasmine, Júnior e Marcos,

Muitíssimo obrigado pelos comentários e pela partipação!!

Abraços a todos,

Daniel

Weig

Mineiros - Goiás - Produção de ovinos de corte
postado em 22/12/2014

Ola Dr. Daniel,  tenho um animal com LC e estava querendo aplicar o tratamento do nosso Amigo Fernando no Paraguai. Sera que posso aplicar este tratamento de Formol 10% em uma ovelha dorper PO, que atualmente tem um nodulo duro e sem pelos ao redor??? Sera que pode ocasionar outros problemas esta aplicação??

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 05/01/2015

Olá Weig,

A aplicação de formol apenas e somente deve ser realizada após o diagnóstico clínico de linfadenite caseosa e em nódulos em formação inicial.

Atente para o fato de que nem todo nódulo que possa aparecer em um animal está associado à linfadenite caseosa, assim como, o aumento no tamanho de linfonodos. Por isso, é necessário a confirmação do diagnóstico clínico, antes de tomar as medidas apropriadas.

No caso da sua ovelha, como o nódulo já se encontra em fase terminal de formação (sem pêlos) e prestes a se romper, é recomendável a drenagem conforme o protocolo acima discutido.

Abraços e obrigado por sua participação.

Daniel

Eduarda Ribeiro

Petrolina - Pernambuco - Estudante
postado em 14/01/2015

Bom dia Daniel, fiz esse processo que foi mencionado anteriormente, em caprinos mestiço, e estou acompanhado o processo de desenfecção, e hoje pela manhã analizei  que  o obsesso retornou a formar. O que eu faço? Posso fazer o procedimento novamente?
Muito obrigada!

Quer receber os próximos comentários desse artigo em seu e-mail?

Receber os próximos comentários em meu e-mail

Envie seu comentário:

3000 caracteres restantes


Enviar comentário
Todos os comentários são moderados pela equipe FarmPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

Copyright © 2000 - 2024 AgriPoint - Serviços de Informação para o Agronegócio. - Todos os direitos reservados

O conteúdo deste site não pode ser copiado, reproduzido ou transmitido sem o consentimento expresso da AgriPoint.

Consulte nossa Política de privacidade