"Primeiramente, vale salientar que o fornecimento de um nível mais alto de zinco para os animais clinicamente acometidos tem como objetivo proteger a pele da radiação solar, uma vez que o mesmo é parte importante de alguns componentes da pele essenciais para garantir a sua integridade e proteção. Sendo assim, a suplementação com zinco é um procedimento paliativo, que busca controlar as lesões dermatológicas e as complicações que podem surgir a partir delas, como infecções secundárias e miíases.
O zinco, em si, não irá atuar sobre os fungos nem irá impedir a ação deletéria da esporodesmina sobre o fígado, ou seja, mesmo com uma ingestão maior de zinco, os animais acometidos terão lesões hepáticas, caso não haja correções no manejo da pastagem e do pastejo para diminuir a infestação pelo fungo e, consequentemente, a ingestão da micotoxina.
Como uma fonte de suplementação, é mais indicado usar o Óxido de Zinco (pois é fonte exclusiva de zinco), em uma dose diária de 20-28 mg/kg de peso vivo nos casos clínicos. Como preventivo, pode-se utilizar doses um pouco menores.
No entanto, vale ressaltar, que é necessário realizar uma análise bromatológica da pastagem e dos outros ingredientes da dieta (concentrados e volumosos suplementares) a fim de balancear a mistura mineral para garantir uma ingestão adequada de zinco, já que a absorção do zinco e de outros minerais pode ser afetada devido à interação existente entre zinco, cálcio, cobre e ferro, principalmente.
Concluindo, a suplementação com zinco é um procedimento para tratamento sintomático. Se não houver iniciativas objetivando corrigir as questões relacionadas ao manejo da pastagem e do pastejo, os resultados serão insatisfatórios."
Mariana Paganoti de Oliveira, Equipe FarmPoint.
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