Além de recorde de produção, 2013 será um ano de maior rentabilidade, devido à combinação de preços favoráveis com produtividade elevada e custos que subiram moderadamente, explica André Pessôa, coordenador do Rally da Safra e sócio-diretor da Agroconsult, organizadora da expedição. “Outro destaque é a uniformidade de resultados na safra brasileira, não havendo disparidade entre o Sul e o Centro-Oeste”, prossegue.
Segundo estimativas pré-Rally elaboradas pela Agroconsult, houve expansão de 10,7% da área plantada de soja que deverá alcançar 27,7 milhões de hectares; queda de 6,0% na área de milho verão (para 7,1 milhões de hectares), mas que deve ser compensada pelo acréscimo de 10,5% na área de safrinha (8,4 milhões de hectares). “A safra de soja deverá registrar produtividades excelentes. Houve poucas e isoladas ocorrências de estiagem. No início do plantio, em outubro, surgiram dificuldades com a estiagem no Maranhão e Piauí. Em dezembro, isso ocorreu no leste de Goiás, algumas áreas de Minas Gerais e na Bahia. Produtores relataram também ataques de lagartas substancialmente maior que no ano anterior”, diz Pessôa.
Com relação ao milho, a redução na área plantada foi menor que a esperada, em função da reação dos preços no último trimestre do ano passado. Houve ainda falta de uniformidade no comportamento das lavouras: as plantadas precocemente, sobretudo no Sul do País, tiveram estiagem e geada. Mas a maior parte, plantada no período tardio, acabou mostrando ótimo desempenho. “Nossa expectativa é de que haja boa produtividade com o milho verão, principalmente no Sul do Brasil, onde os produtores enfrentaram problemas no ano passado”, ressalta Pessôa. Espera-se também recorde no plantio de safrinha, inclusive com sementes que não foram aproveitadas no plantio de verão, mas os níveis de produtividade extremamente elevados alcançados na safrinha do ano passado não deverão se repetir.
Dez anos
Organizado pela Agroconsult, o Rally da Safra 2013, principal expedição técnica de avaliação da safra brasileira de grãos, chega à décima edição. “Quando fizemos as primeiras expedições, a agricultura brasileira estava no início de uma fase difícil. Era o fim de um ciclo de expansão, desordenado e alavancado em crédito. Hoje estamos vivendo um ciclo de expansão muito vigoroso em capitalização, mas moderado em alavancagem financeira. As dificuldades enfrentadas na crise de renda do setor entre 2005 e 2007 levaram os produtores a um processo de profissionalização. Os produtores fazem investimentos: mais em melhoria de estrutura operacional e gerencial das propriedades e menos em expansão significativa de área”, diz André Pessôa.
Para o coordenador da expedição, o que permaneceu exatamente como há dez anos é a questão logística. “Isso é lamentável. É difícil acreditar que, em dez anos de Rally, continuamos a falar sobre a necessidade de obras na BR163, boa parte das estradas continua esburacada e que os portos precisam ser ampliados e modernizados, entre outros fatores, para melhorar o escoamento da safra”.
Sete equipes técnicas percorrerão, entre 28 de janeiro e 13 de março, mais de 60 mil quilômetros, colhendo amostras nas lavouras de milho e soja do país em 11 estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão, além do Distrito Federal. Esses estados representam 96,6% da área cultivada de soja e 72,3% da área com milho no Brasil. Serão coletadas aproximadamente 1.300 amostras de lavouras e realizados 8 eventos regionais, com público estimado de 2 mil produtores e técnicos, além de visitas e encontros com produtores.
As informações são da Assessoria de Imprensa do Rally da Safra, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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