A pesquisa será apresentada pelo presidente do Centro de Estudos Agrícolas da FGV, Mauro Lopes, durante o seminário que reunirá autoridades governamentais, economistas renomados, lideranças rurais e parlamentares para marcar os 60 anos da CNA e os 20 anos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). O encerramento contará com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff.
O estudo, elaborado com dados do último censo agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que grande parte dos agricultores está nas classes D e E. Apesar disso, os produtores que integram essas classes respondem por uma pequena parcela do Valor Bruto da Produção e têm renda líquida média mensal quase cinco vezes menor que os agricultores das classes A e B. Também de acordo com a pesquisa, a diferença entre a renda líquida das classes A/B e das classes D/E é mais acentuada nas regiões Norte e Nordeste.
De acordo com a pesquisadora da FVG, Ignez Vidigal Lopes, o estudo avaliou as diferenças entre as classes de renda do campo, classificadas em grupos consolidados, em transição, e em dificuldade. "A agricultura é uma atividade em constante processo de transformação e sujeita a várias oscilações de preço, mercado e clima. Por isso, uma das evidências mais interessantes que encontramos é a existência de uma classe média rural que usa tecnologia e emprega mão-de-obra", informa Ignez Lopes, que coordenou a elaboração da pesquisa. Segundo a pesquisadora, a classe C agrícola se enquadra no grupo em transição, pois é profissionalizada, tem como renda principal a atividade rural, porém depende muito das políticas públicas. "A defasagem entre o rendimento das classes A\B e da classe C ainda é muito grande. Por isso, o apoio governamental é bastante importante", completou.
As informações coletadas pela FGV servirão de base para projetos destinados à erradicação da pobreza no campo e ao aumento da renda das classes C, D e E. O tema é constantemente abordado pela presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, que tem buscado parcerias com bancos de fomento para atuar em benefício das classes rurais mais desfavorecidas. No início do mês, por exemplo, a presidente da CNA esteve nos Estados Unidos cumprindo uma extensa agenda que incluiu reuniões com representantes do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, quando foram discutidas parcerias para essa finalidade. Conforme a senadora, a extensão rural é um dos principais alicerces desses projetos e o estudo também vai mostrar que o repasse de recursos voltado a essa atividade está caindo. O crescimento da renda das classes C, D e E é ainda um dos objetivos da nova política agrícola que será apresentada durante o seminário no próximo dia 23 de novembro.
Seminário - Com tema "Os Desafios do Brasil como 5ª Potência Mundial e o Papel do Agronegócio", o evento reunirá em torno de 1.500 pessoas entre autoridades do Governo federal, parlamentares, especialistas em economia e agronegócio e lideranças rurais. O público participará de um seminário que envolve assuntos como o novo modelo de política agrícola brasileiro e os desafios do País para chegar a 5ª economia do planeta. Armínio Fraga (Gávea Investimentos), André Esteves (BTG Pactual), Gilmar Mendes (ministro do STF), José Carlos Vaz (secretário-executivo do Ministério da Agricultura) e Gilson Bittencourt (secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda) estão entre os debatedores. A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, abre o seminário e também participa do encerramento com a presidente da República, Dilma Rousseff.
As informações são da Assessoria de Comunicação CNA, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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