Durante o encontro de inteligência setorial, realizado no último fim de semana, em Juazeiro, foram apresentadas aos 150 participantes as principais demandas individuais e coletivas dos agentes produtivos. Na área de qualidade e produção, a estruturação mínima da propriedade e a criação de centros de terminação foram apontadas como necessidades em todas as comunidades pesquisadas. Na área de infraestrutura, algumas necessidades dizem respeito à atividade político-administrativa, como a estruturação das feiras de comercialização de carne nos municípios. Os prefeitos que participaram do encontro se comprometeram a criar condições que auxiliem no processo de desenvolvimento da caprinovinocultura nas suas cidades. "Grande parte dos financiamentos serão não-reembolsáveis para grupos organizados que tenham projetos sustentáveis", afirma o presidente do comitê estadual, representante do Banco do Brasil, Armando Soares Filho.
O programa Bioma Caatinga pretende propor o desenvolvimento da atividade baseado em eixos estruturantes como qualidade e produção, infraestrutura, mercado, educação e sustentabilidade, através de projetos financiáveis, coordenados pelo Sebrae e Banco do Brasil. Um diagnóstico da realidade da caprinovinocultura na região foi apresentado às comunidades e cada eixo foi discutido por representantes de produtores, instituições públicas e pesquisadores, que compõem os comitês municipais e estadual do programa. "A participação dos agentes produtivos nesse trabalho é essencial. Todas as propostas vão sair dos e para os integrantes da cadeia produtiva, de modo que a governança está sendo plenamente exercida, em todas as etapas do plano", avalia a coordenadora regional do Sebrae, Jussara Oliveira.
A partir do dia 10 até o fim de novembro, serão realizadas, em cada município, oficinas de agregação e consolidação das propostas que vão finalizar o plano do Bioma Caatinga . Para isso, estão sendo considerados os dados apresentados pela Markestrat e GPublic, empresas responsáveis por traçar um diagnóstico contextualizado sobre a atividade no Sertão do São Francisco. Através deles, pode-se saber, por exemplo, que 93% da atividade nessa região estão na informalidade. Além de conhecer o diagnóstico, os participantes do encontro puderam discutir os eixos estruturantes. Para auxiliar na atividade, eles tiveram contato com agentes do mercado. O empresário Roberto Farias é proprietário do Entre Amigos, restaurante referência em culinária caprina/ovina do Recife, em Pernambuco, com 20 pratos de cabritos e cordeiros no cardápio. Durante sua participação, o empresário expôs as exigências para comprar até oito toneladas de carne por mês e a logística necessária para manter a tradição do restaurante. "O atravessador para mim é muito importante, porque ele vai buscar carne onde tiver para manter a regularidade do meu estoque", disse Farias, referindo-se ao desabastecimento em épocas quando os criadores não conseguem vender animais para abate por causa do baixo peso.
Experiências internacionais, pesquisas em genética, manejo de rebanho e tendências mercadológicas também fazem parte das discussões que, até o fim do mês, apontam para a conclusão do plano de desenvolvimento. "Até o fim do ano, vamos apresentar o Bioma Caatinga concluído para as instâncias governamentais e, em fevereiro, para toda a comunidade do Sertão do São Francisco", completa o analista do Sebrae, secretário geral do comitê estadual, Robério Araújo.
As informações são da Agência SEBRAE de Notícias BA, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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