"Essa lei é um revés muito grande", afirmou o presidente do Environmental Working Group, entidade que mapeia todos os subsídios agrícolas concedidos nos EUA, Ken Cook. "E é uma lição para o Brasil: não adianta negociar com os Estados Unidos; no caso dos subsídios, só litígio ou ameaça de retaliação vão funcionar", ressaltou.
A Câmara americana derrotou as propostas de reforma do sistema, que previam a redução dos subsídios distorcivos como preços mínimos, pagamentos diretos e 'loan deficiency payments'. Os reformistas ainda sugeriam seguros de safra e subsídios não acoplados a produção, tipos de incentivos que não distorcem preços.
Hoje em dia, fazendeiros que faturam até US$ 2 milhões por ano têm direito a subsídios. O presidente George W Bush havia proposto que esse limite passasse para US$ 200 mil por ano. Mas a Câmara reduziu o teto para US$ 1 milhão.
A legislação é mais um golpe contra as combalidas negociações de Doha. "A Farm Bill destrói qualquer credibilidade dos EUA nas negociações", disse Robert Thompson, um dos maiores especialistas em economia agrícola, diretor do programa de políticas agrícolas da Universidade de Illinois.
Para o presidente da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora de Carne Suína), Pedro de Camargo Neto, está mesmo na hora de o Brasil retaliar. "Essa lei mostra que os americanos não têm a menor intenção de reduzir os subsídios", disse em reportagem de Patrícia Campos Mello, do O Estado de S.Paulo.
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