A OMC conclui sua reunião ministerial sem decisão nem agenda clara para encerrar Doha até 2010. Na segunda-feira, o representante de Comércio dos EUA, Ron Kirk, deixou claro que a negociação só teria desfecho se Brasil, Índia e China abrissem seus mercados aos produtos industrializados dos países ricos. Amorim respondeu que pedir isso seria "irracional".
Até a noite de ontem (01), não havia nem sequer um acordo sobre a convocação de uma nova reunião em março, para determinar se a Rodada deveria ser mantida ou abandonada. O governo americano rejeitava a ideia de um novo encontro. Outros, como a China, diziam que a nova reunião somente deveria ser convocada se os Estados Unidos se comprometessem a não pedir mais concessões.
Enquanto isso, Kirk subiu o tom dos ataques. "Se tomarmos a forma de pensar de Amorim, estaremos condenando Doha ao fracasso, porque todos estamos dizendo que queremos mudanças, mas não queremos fazer nada diferente."
O americano criticou a insistência do Brasil em seguir o mesmo caminho nas negociações há oito anos. Já o Itamaraty alega que são os americanos quem estão tentando mudar a agenda para garantir maior acesso ao mercado dos países emergentes. "Só faremos progresso se estivermos dispostos a sair de nossa área de conforto. E todos terão de fazer isso."
A Associação da Indústria Manufatureira Americana, que engloba as maiores empresas dos Estados Unidos, também fez duras críticas a Amorim, alegando que o comportamento do Brasil impossibilitará a conclusão da Rodada. Já o chanceler insiste que há um só país que hoje não está de acordo com a Rodada: os Estados Unidos. "A questão é simples aqui. Dos 153 países da OMC, 152 já estão de acordo. Claro que o mais poderoso do mundo não está."
Para Amorim, há espaço para "algum ajuste na proposta". "Mas, se quiserem mexer muito no acordo, ou tudo será quebrado ou a mudança será tão grande que será outra rodada." Segundo ele, "o mundo mudou: o poder militar ainda está concentrado, mas no poder econômico há uma mudança".
A reportagem é do jornal Estado de SP, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
Jurandi Lavor Rolim
Goiânia - Goiás - Economista/Bancário
postado em 02/12/2009
Os Estados Unidos estão agindo como um náufrago desesperado que se agarra a qualquer coisa. Ainda não perceberam que o resto do mundo tem evoluido mais do que eles; portanto têm que se conscientizarem de que não ditam mais a economia dos paízes em desenvolvimento como faziam nas últimas décadas do século XX.