As terras agrícolas voltaram a ser uma commodity atraente - apesar das dificuldades no setor imobiliário. As terras vêm atraindo desde investidores institucionais e donos de grandes fortunas a agricultores. Muitos investem em fundos de terras para cultivo, enquanto alguns agricultores procuram expandir suas operações.
O valor da terra na importante área ao norte do Meio-Oeste dos EUA subiu 10% no terceiro trimestre em comparação ao mesmo período de 2009, segundo o Federal Reserve Distrital de Chicago. Outra agência regional do banco central, a de Kansas City, informou que o preço das terras agrícolas irrigadas aumentou 12% no Kansas e em Nebraska no mesmo período. Essas altas acontecem depois de um aumento de 55% em termos reais ao longo dos últimos dez anos.
Os investidores despejam dinheiro não apenas nos melhores solos dos EUA, mas também em áreas agrícolas importantes no exterior. Alguns esperam que a terra se valorize. Outros apostam que os países de maior crescimento econômico terão de importar mais alimentos para atender suas populações, cada vez mais ricas, o que elevará a renda gerada pelas terras.
As fazendas nos EUA estão bem posicionadas para se beneficiar da forte demanda mundial pelas principais culturas, pois produzem bem mais do que os americanos consomem. Fornecerão mais da metade das exportações mundiais de milho e mais de 40% das exportações de soja e algodão nesta safra, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA.
As exportações podem ajudar os agricultores a ganhar receitas significativas, particularmente num momento de preços em alta. As cotações dos grãos subiram neste verão setentrional, após a dura seca na Rússia, que levou o país a proibir as exportações de trigo. Os preços do milho e trigo avançaram mais de 65% recentemente desde as baixas de junho, enquanto a soja subiu quase 40%.
A terra para agricultura nos EUA também está ficando mais escassa, o que pode impulsionar seu valor. A área de terra que pode ser trabalhada diminui de forma constante há mais de meio século, de 1,2 milhão de acres em meados dos anos 50 para menos de 920 milhões de acres em 2009, segundo o USDA.
Os altos preços aumentam o risco de que os compradores estejam pagando excessivamente, diz Jim Grant, editor do boletim financeiro Grant's Interest Rate Observer. O secretário de Agricultura dos EUA, Tom Vilsack, diz que a situação agora é diferente. "Não acho que estejamos vendo uma bolha, simplesmente porque acho que as pessoas vêm sendo bem mais conservadoras com as dívidas", diz.
A material é de Liam Pleven, do The Wall Street Journal, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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