De acordo com Rogério Freitas, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea e um dos participantes da pesquisa, um dos fatores que determinaram a dificuldade de expansão agrícola até 2002 pode ter sido a sobrevalorização do real no período. A moeda, criada nos primeiros anos da década de 1990 para combater a inflação, tinha câmbio fixo atrelado ao dólar. A partir de 1999, o Brasil adotou a política de câmbio flutuante. “O câmbio influencia a aquisição de insumos pelo setor agrícola e a valorização de alguns produtos, em função do preço de exportação”, destaca o pesquisador.
Freitas ressalta, no entanto, que se trata de uma hipótese e que é necessária uma investigação mais aprofundada a respeito para comprová-la. “O câmbio não é o único fator que afeta a expansão da área agrícola. Tem outros, como disponibilidade de infraestrutura, chegada de modais de transporte, disponibilidade hídrica, expectativa do empresário rural e crédito”, enumera.
Quanto à expansão mais acentuada no sentido centro-noroeste, o pesquisador afirma que já era esperada. “É uma área de fronteira agrícola natural para o Brasil, com terra relativamente disponível. No Sul e no Sudeste, em tese, você tem menos área livre para ser expandida”, diz. Apesar disso, o estudo também mostrou ritmo significativo de expansão em áreas localizadas em fronteiras agrícolas teoricamente já estabilizadas, como São José do Rio Preto (SP), Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro e norte-centro do Paraná. Para medir o crescimento de área plantada, o levantamento teve como base os dados da Pesquisa de Produção Agrícola Municipal (PAM) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As informações são da Agência Brasil.
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