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Falta de dados sobre estoque de milho traz incertezas

postado em 03/11/2010

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Diferentemente do que foi observado no primeiro semestre deste ano, o mercado do milho atravessa este semestre em um ambiente de maior ânimo devido à recuperação dos preços do cereal. Nos últimos três meses, a valorização da saca de milho superou o patamar de 20% nas principais regiões produtoras. A recente alta de preços levou o mercado a indagar sobre qual é o real volume dos estoques de passagem. Se, efetivamente, os estoques estivessem superando o patamar de 10 milhões de toneladas mesmo após a realização dos leilões de Prêmio de Escoamento de Produto, assim como demonstram os levantamentos governamentais, o mercado acredita que dificilmente os preços teriam apresentado essa tendência de valorização.

Os problemas relativos às estatísticas sobre o milho não são novidade. No entanto, os recorrentes erros em relação aos números reais tornam as estratégias comerciais complexas para os diversos agentes que compõem a cadeia produtiva. A ponta consumidora demonstra preocupação diante das altas atuais de preços. Além da insegurança a respeito do volume real do estoque, há uma preocupação efetiva sobre o desempenho da próxima safra de verão.

A ocorrência do fenômeno "La Niña" poderá prejudicar a safra de grãos na região Sul do país, podendo comprometer ainda mais a produção de milho. Ao mesmo tempo, o atraso nas chuvas tem comprometido o calendário do plantio de soja em diversas regiões do Brasil, fato que poderá afetar o período de semeadura do milho safrinha. Esse cenário de instabilidade, aliado ao bom resultado das exportações, está dando suporte para os preços do cereal praticados no mercado doméstico. Todavia, a forte valorização dos preços já leva o governo a adotar uma posição comercial diferente.

A Companhia Nacional de Abastecimento realizará leilões de estoques públicos para atender aos pequenos consumidores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Obviamente, esse movimento poderá interromper o atual ciclo de alta. Fica evidente que a falta de números confiáveis para o mercado do milho ocasiona "erros de dosagens" das intervenções governamentais. Mais uma vez, se efetivamente os estoques de passagem fossem altos, não haveria necessidade de leiloar estoques públicos.

As incertezas em relação ao próximo ano são altas. Do lado produtivo, temos o risco climático na safra de verão devido ao fenômeno "La Niña". Temos também o calendário do plantio de milho safrinha, que poderá ser comprometido. Pelo lado da demanda, teremos um mercado consumidor aparentemente aquecido, porém com uma taxa de câmbio desfavorável às exportações.

Tais incertezas, em conjunto com os números estatísticos pouco confiáveis do setor, tornam a missão do governo, de regular esse mercado, ainda mais difícil para 2011. Acertar a dosagem correta para beneficiar a cadeia produtiva como um todo tem se tornado cada vez mais uma tarefa bastante árdua.

A reportagem é de Leonardo Sologuren, publicada no jornal Folha de S.Paulo, adaptada pela Equipe AgriPoint.

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