O indicador chegou a 214,7 pontos em dezembro, superando a alta de 2008, quando as elevações nos preços dos alimentos provocaram manifestações em vários países. Na ocasião a elevação foi de 213,6 pontos de junho de 2008, durante a crise alimentar de 2007 e 2008. O índice (que mede as mudanças mensais de preços para uma cesta de alimentos composta por cereais, oleaginosas, laticínios, carne e açúcar) é o maior desde o início das medições em 1990 em termos nominais.
Em novembro, a FAO advertiu que os países importadores de alimentos teriam uma fatura de mais de US$ 1 trilhão em 2010. O cenário de alta, também ajudado pela erosão do dólar, beneficiou o Brasil, grande exportador. O temor com a inflação também está na pauta do Banco Central Europeu, já que empresas como o McDonald's estão reajustando seus sanduíches, segundo o "Financial Times".
A responsável pelo Escritório Regional para América Latina e Caribe na área de Comércio e Marketing, Ekaterina Krivonos, disse que a conclusão deve servir de alerta às autoridades para que adotem medidas que evitem o agravamento da situação como um todo. De acordo com ela, se não forem adotadas medidas urgentes, o risco é de surgimento de um clima de nervosismo e tensão na população dos países mais pobres.
"Os governos da América Latina e do Caribe têm de se preparar e adotar ações relacionadas ao aumento do nível das reservas de emergência, no caso dos grãos, por exemplo. Isso fortalece as redes de segurança social e incentiva o aumento da produtividade e dos investimentos na agricultura", sugeriu Ekaterina.
Segundo a pesquisa, que não divulgou percentuais, os preços dos alimentos poderão ficar ainda mais elevados, caso a produção de cereais não aumente em 2011. Em dezembro de 2010, a FAO informou que os preços dos alimentos atingiram o nível mais elevado em 28 meses.
As causas para a alta dos preços são atribuídas a vários fatores, inclusive as condições climáticas adversas - estiagem ou chuva intensa. Áreas de produção traducionais foram atingidas, como a Rússia, a Ucrânia, o Canadá, os Estados Unidos, a Alemanha, a Austrália, o Paquistão e a Argentina, além de países do Sudeste Asiático.
A reportagem é do jornal Folha de S. Paulo, jornal Valor Econômico e MS Notícia, adaptada pela Equipe AgriPoint.
Antônio Elias Silva
Campo Alegre de Goiás - Goiás - Produção de leite
postado em 06/01/2011
É importante registrar que, malgrado os preços dos alimentos estejam em patamares recordes, o produtor não consegue lograr obter renda. As traddings, as indústrias alimentícias, as indústrias de insumos agropecuários, o comércio, todos ganham mto com essas altas, mas o produtor fica a ver navios. Então, perde o consumidor, e o produtor pouco ou quase nada ganha. Pq isso? Por conta da estrutura oligopsônica do agronegócio, em que o produtor fica espremido entre oligopólios fornecedores de insumos e oligopsônios compradores dos seus produtos. Solução pra isso: fortalecimento do cooperativismo e consequente eliminação dos intermediários.
Forte abraço,
A Elias