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FAO: pastos ajudam a conter mudanças climáticas

postado em 14/01/2010

21 comentários
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Os campos têm enorme potencial para mitigar as mudanças climáticas através da absorção e armazenamento de CO2, segundo um novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), anunciado nesta quarta-feira (13).

Pradarias e pastagens são um sumidouro de carbono que poderia exceder os benefícios das florestas, se usado corretamente, explicou o documento. Os 3.400 milhões de hectares de pastagens podem desempenhar um papel fundamental para a adaptação e redução da vulnerabilidade às mudanças climáticas a mais de um bilhão de pessoas que dependem do gado para a vida, de acordo com o documento "Review of Evidence on Drylands Pastoral Systems and Climate Change".

"O mundo terá de usar todas as opções para conter o aquecimento global em 2ºC. Agricultura e uso da terra têm o potencial para ajudar a minimizar as emissões líquidas de gases de efeito estufa por meio de práticas específicas, especialmente o armazenamento de carbono no solo e na biomassa", afirmou o diretor-geral da FAO, Alexander Müller.

"Estima-se que as terras de pastagens armazenem 30% do carbono de solo do mundo, para além da quantidade substancial de carbono armazenado em árvores, arbustos e plantas", diz o documento. "Mas essas áreas são muito sensíveis à degradação do solo, afetando 70% dos pastos, como resultado do excesso de pastoreio, da salinização, da acidificação e de outros processos. A pressão sobre a terra está aumentando também a fim de satisfazer a crescente demanda por carne e produtos lácteos", acrescenta.

A melhoria das práticas de gestão para restaurar a matéria orgânica em solos de pastagens, reduzir a erosão e diminuir as perdas decorrentes da queima e do excesso de pastoreio pode, portanto, ajudar a reter grandes quantidades de carbono, que segundo algumas estimativas poderia atingir um bilhão de toneladas, de acordo com o relatório.

O documento alerta que isso exigirá um esforço forte, globalmente coordenado e financiado adequadamente. "Um objetivo imediato possível seria dedicar entre 5% e 10% dos pastos em todo o mundo para o sequestro de carbono em 2020, o que permitiria poupar 184 milhões de toneladas de carbono anualmente."

O relatório sustenta que "o aumento da quantidade de carbono retido em pastagens pode ajudar populações pastoris a se adaptarem às mudanças climáticas, porque o carbono adicionado melhora a retenção de água no solo e, assim, sua capacidade de resistir à seca.

Outra consideração, cita o documento, "é para proteger a biodiversidade". Por algumas estimativas, o potencial de biodiversidade das pastagens é apenas ligeiramente menor do que o de florestas. Mas o relatório conclui que existem evidências de que o número de espécies de plantas, animais e microorganismos que vivem nos pastos estejam diminuindo a uma velocidade alarmante por causa de uma gestão inadequada, da má utilização dos solos e - mais recentemente - por causa das mudanças climáticas.



As informações são do Estado Online e da FAO, adaptadas pela Equipe AgriPoint.

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Comentários

Paulo Ernesto Menta

Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Produção de gado de corte
postado em 14/01/2010

Caramba! Até que enfim uma boa noticia para a pecuária, depois de tanta acusação de ser a vilã do aquecimento global.

Cicero Teófilo Berton

Água Doce - Santa Catarina - Consultoria/extensão rural
postado em 14/01/2010

Sim, as pastagens podem sequestrar e armazenar carbono. Porém, isso só é possível com um adequado manejo. Portanto, recomendo aos pecuaristas, técnicos, professores e órgãos de pesquisa de todo o Brasil que estudem e apliquem em suas propriedades um correto manejo às pastagens. Saliento, também, que das formas existentes, deve-se dar especial atenção ao sistema Voisin, o qual, atualmente, é o método que melhor faz isso.

celso de almeida gaudencio

Londrina - Paraná - Produção de leite
postado em 14/01/2010

Daí nosso insistência no sistema misto lavoura pasto, na recuperação ou renovação dos nossos pastos, como atividade de proteção ambiental, na contenção da erosão, na reciclagem de nutrientes, na melhoria dos atributos fisícos e biológicos pelo aporte do matrial orgânico ao solo.

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