"Estamos vendo que os declínios mês a mês no índice estão se tornando menos íngremes, apesar de anúncios recentes de vários países de que a produção de grãos neste ano será maior do que o previsto, de modo que se esperaria quedas mais drásticas", comentou Abbassian.
Em novembro, o índice recuou 0,5% em relação ao mês anterior, para 215 pontos, pressionado principalmente pela retração das cotações do trigo. O índice mede a variação mensal nos preços de uma cesta de commodities alimentícias. Em outubro, a queda foi de 4%, liderada por cereais, óleos, açúcar e lácteos, depois de o índice alcançar o recorde de 238 pontos em fevereiro.
"Tecnicamente os preços deveriam estar mais baixos do que estão e recuar mais do que estamos vendo, portanto isso sugere que os preços dos alimentos podem estar chegando no piso", avalia Abbassian. De acordo com a FAO, o dólar forte e um cenário global de economia mais fraca também contribuíram para a queda dos preços dos cereais em novembro.
A Rússia, maior produtora de grãos do Mar Negro, pode colher de 95 a 100 milhões de toneladas no próximo ano, níveis semelhantes aos obtidos durante 2008, uma das maiores colheitas já registradas no país, segundo o economista Andrey Sizov Sr., chefe de análises da consultoria SovEcon. "As projeções expressivas são resultado de um aumento na área plantada e das condições de plantio melhores no inverno", disse Sizov Sr. Neste ano, a Rússia espera colher 92 milhões de toneladas de grãos, dos quais 34,7 milhões de toneladas são trigo de inverno.
Entretanto, Abbasian alertou que a seca em áreas da Ucrânia também deve ajudar a promover declínios modestos nos preços dos alimentos. A Offre & Demande Agricole avalia que a condição das safras de inverno estão ruins na Ucrânia e que participantes do mercado estão acompanhando de perto o clima no Leste Europeu. Mas Abassian afirmou que ainda é muito cedo para especular sobre as condições das lavouras em 2012.
As informações são da Dow Jones, publicadas na Agência Estado, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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