Os preços dos alimentos recuaram das máximas de 2008 devido à contração econômica mundial, mas permaneceram acima dos níveis vistos antes do pico e devem permanecer altos pelo menos no médio prazo, afirmou a FAO, confirmando estimativas anteriores.
O renovado crescimento da renda em países em desenvolvimento vai alimentar a recuperação da demanda e elevar os preços das commodities e dos alimentos, ameaçando a segurança alimentar, especialmente para os pobres, disse a FAO. A crescente demanda por biocombustíveis provocada por metas obrigatórias e incentivos em alguns países "sem considerar as condições de mercado" vai elevar os preços do milho e de óleos vegetais usados como matéria-prima para biodiesel e etanol e, por sua vez, das commodities agrícolas.
Preços mais altos do petróleo vão se traduzir em custos de produção elevados para produtores já que os preços dos produtos químicos e fertilizantes, assim como os custos do transporte, vão subir.
O Índice de Preços de Alimentos da FAO, que mede as mudanças mensais de uma cesta composta por cereais, oleaginosas, laticínios, carnes e açúcar, atingiu uma máxima de 15 meses em janeiro e dezembro, mas cerca de 20% abaixo do pico de junho de 2008.
A FAO afirmou ainda que a produção agrícola deve subir 12% em países industrializados nos próximos 10 anos em relação a 2000, enquanto que na América Latina, Ásia e ex-membros da União Soviética crescerá 75%, 53% e 58%, respectivamente. Segundo a FAO, o mundo precisa investir US$ 83 bilhões por ano em agricultura em países em desenvolvimento, além de elevar a produção geral em 70% nos próximos 40 anos para alimentar mais de 9 bilhões de pessoas em 2050.
A demanda global por produtos pecuários deve apresentar um forte crescimento até 2050. A pecuária, que contribui com 40% do valor global da produção agropecuária e tem crescido rapidamente, deve se ampliar impulsionada pela demanda em países em desenvolvimento. A produção global anual de carne deve subir para 463 milhões de toneladas até 2050 ante 228 milhões de toneladas agora, disse a FAO.
O rebanho de bovinos deve subir de 1,5 bilhão de cabeças para 2,6 bilhões, e o de cabras e ovelhas passaria de 1,7 bilhão para 2,7 bilhões, disse a FAO. Isso por sua vez vai ampliar a demanda por grãos para ração em 553 milhões de toneladas no período, o que responderia por cerca de metade do aumento total de demanda, disse a agência.
As informações são da Folha Online, adaptadas e resumidas pela Equipe AgriPoint.
Humberto de Freitas Tavares
Ribeirão Preto - São Paulo - Produção de gado de corte
postado em 19/02/2010
Os dados são eloquentes. O grande gargalo vai ser a cria, que é extensiva sempre. Onde vamos alojar tanta vaca?