As principais razões para este desenvolvimento são: maiores custos dos alimentos animais, desvalorização do dólar dos Estados Unidos e aumento da demanda por carnes, especialmente estimulada pelo crescimento econômico nos países em desenvolvimento, particularmente na Ásia. Apesar de as categorias individuais de carne terem mostrado diferentes caminhos desenvolvidos no passado devido às diferenças nos alimentos animais usados, nas eficiências de conversão alimentar, nos ciclos biológicos de produção, bem como nas diferenças nos acordos contratuais, as tendências para todas as categorias desde 2006 têm sido na direção de alta. Entretanto, os mercados de carne não têm apresentado aumentos nos preços comparáveis em magnitude aos observados nos mercados de grãos, óleos vegetais e produtos lácteos. No entanto, os aumentos sustentados nos custos de produção, notavelmente dos alimentos animais, nos principais países produtores, que estão reduzindo as margens de lucros dos produtores de carne, sugerem que os preços das carnes poderão sofrer pressão maior. O atraso na resposta dos mercados de carne aos desenvolvimentos que estão ocorrendo nos mercados de alimentos animais é parcialmente devido aos ciclos pecuários típicos, bem como às doenças animais recorrentes.
Os preços no mercado ovino aumentaram quase 17% nos primeiros quatro meses de 2008, comparado com o mesmo período do ano anterior, principalmente refletindo as tentativas dos produtores australianos de reconstruir seus rebanhos através da redução nos abates.
A produção global de carne ovina deverá aumentar em 2%, para 14 milhões de toneladas em 2008, particularmente devido à maior produção na China, Irã e Paquistão. A produção também deverá aumentar na África, especialmente no Egito, Marrocos e Sudão, sendo responsável por quase dois terços do aumento na produção no continente.
A produção na América do Norte deve aumentar, particularmente nos Estados Unidos, em mais de 1,9%, à medida que o crescimento da renda na comunidade hispânica melhora a demanda por carne de cordeiro. Em contraste, a produção deverá cair na maioria dos outros países desenvolvidos. Apesar das melhores condições climáticas na Austrália, a produção de carne de cordeiro no país deverá cair em 2008, principalmente devido à retenção para a reconstrução do rebanho. A seca na região de North Island, da Nova Zelândia, e as condições climáticas desfavoráveis gerais poderão manter a produção do país em 2008 no mesmo nível que em 2007. A produção na União Européia (UE) deverá continuar declinando em 2008, em cerca de 1,4%, refletindo os efeitos prolongados do desacoplamento parcial das ajudas comunitárias ao setor ovino - o desacoplamento determina que as ajudas diretas passam a ser independentes dos volumes de produção - na maioria dos países produtores.
As exportações mundiais de carne ovina e caprina em 2008 deverão declinar em 6%, para 825 mil toneladas. As exportações gerais de carne ovina da Austrália deverão cair em 2008, em 9%, restritas pelas menores ofertas e valorização do dólar australiano. Uma situação similar é também esperada para a Nova Zelândia. Entre os principais importadores de carne ovina, as compras dos Estados Unidos deverão aumentar em 2%, direcionadas principalmente pela maior demanda dos consumidores. A menor demanda doméstica, parcialmente causada pelos preços relativamente altos da carne ovina, deverá manter as importações da UE no mesmo nível do ano anterior. No entanto, esse continua sendo o destino mais importante do comércio de carne ovina.
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