Na nova estimativa para o PIB de 2010, a Fazenda informou que a projeção para 2011 será de 5,5% e elevou de 5,7% para 5,8% a média de expansão da economia para o período entre 2010 e 2014. Os ajustes foram apresentados ontem pelo ministro Guido Mantega, 20 dias após a divulgação do relatório "Economia Brasileira em Perspectiva", no qual a pasta havia indicado 6,5%.
O aumento para 7% se deve ao recálculo de quatro variáveis que compõem o PIB. O maior ajuste foi feito na estimativa da Formação Bruta de Capital Fixo, o indicador que afere o nível de investimentos, cuja previsão de alta passa de 20,4% para 22,1%. Para as exportações, a taxa de aumento passa de 6,9% para 7,7%. No consumo das famílias, a projeção de ampliação de 6,6% foi revista para 6,9%. No lado da demanda externa, o percentual de expansão das importações passou de 29,6% para 30,5%.
Nesse ajuste das estimativas, a equipe econômica considerou a realização do superávit primário de 3,3% do PIB, o pagamento de juros da dívida pública de 5,2% do PIB e a apuração de déficit nominal de 2,1%. No próximo dia 3, o IBGE divulga o desempenho da economia no segundo trimestre do ano.
Ao apresentar as novas projeções, o ministério destacou o conceito do neodesenvolvimentismo como um dos paradigmas que ajudaram o país a enfrentar a crise e a retomar o crescimento. Para a equipe do ministro Mantega, o objetivo do neodesenvolvimento é perseguir crescimento "forte e sustentável"; geração de emprego e transferência de renda; mercado de massa; ampliação do investimento e redução da vulnerabilidade externa.
Ao listar as tarefas do próximo governo, a Fazenda salientou que a economia precisará rever a estrutura de tributação a fim de reduzir os custos de produção. Entre as modificações previstas constam a desoneração da folha de pagamento e a redução da quantidade de licenças necessárias para a liberação dos investimentos públicos.
A matéria é de Luciana Otoni, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada pela Equipe AgriPoint.
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