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Fernando Penteado Cardoso: devemos nos orgulhar

postado em 06/07/2009

8 comentários
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O leitor do BeefPoint Fernando Penteado Cardoso, de São Paulo, enviou um comentário ao artigo "Desmatamento zero na Amazônia". Abaixo leia a carta na íntegra.

"Desmatamento zero implica tolher o direito atual de abrir 20% das áreas florestadas. Implica também renúncia à captação da energia solar através da fotossíntese, viável onde chove e faz calor, mas que não acontece à sombra do dossel arbóreo.

Imagine nosso país coberto de mata até hoje. Onde estaria o progresso e desenvolvimento que viabiliza a vida, o conforto e a segurança dos que amam a floresta sem que a conheçam na intimidade?

A Amazônia tem 4,4 milhões de km2 dos quais 3/4 ou 4/5 são terras inundáveis, ou pedregosas ou inacessíveis, em que neste milênio ninguém vai tocar por ser economicamente inviável. Pode-se estimar que 3 milhões de km2 de floresta são permanentes por força da natureza: um ônus para o país. Agora querer desperdiçar aquele milhão de km2 aproveitável é mesmo que optar pela pobreza, pelo atraso, pelo subdesenvolvimento permanente. Valerá a pena?

Vejamos: o estado de MT, nos últimos 27 anos, mostrou que a área com cereais aumentou 6,6 Mi ha; a produção de cereais cresceu 21 Mi toneladas; o bovino proliferou mais 12 Mi de cabeças; o índice de desenvolvimento humano - IDH médio de 6 cidades novas chegou a um honroso 0,800.

Estaríamos arrependidos do que foi feito? Foi um erro substituir a flora natural pela agropecuária? Seria justo condenarmos o trabalho dos realizadores desse estupendo feito econômico, dessa notável conquista social?

Entendemos as campanhas internacionais temerosas de nossa concorrência. Urge reagir contra o repeteco de seus argumentos falaciosos e demagógicos.

Devemos nos orgulhar do feito de nossos patrícios pioneiros que abriram a mata para deixar entrar sol e assim criar civilização. São um exemplo a ser seguido: jamais condenado."


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Comentários

Leonardo Siqueira Hudson

Belo Horizonte - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 07/07/2009

Prezado Sr. Fernando Penteado

Meus parabéns pela carta acima.

Os números são inquestionáveis.

Precisamos que os governantes tenham menos ideologia e mais ação baseada nos números e dados da pesquisa.

O mundo passa fome hoje e no futuro será pior.
Manter a lei de 20% de abertura e 80% de reserva de forma indiscriminada será um grave erro. Obrigar o produtor que foi estimulado a abrir 50% de suas áreas inclusive com incentivo do governo, em áreas hoje com infra-estrutura socioeconômicas estabelecidas a ter que voltar para 80% de reserva será outra enorme estupidez.

Resposta do autor:

Prezado Leonardo,

Muito obrigado pelas amáveis palavras que me fizeram pensar. Porque não separar 80% da mata amazônica - em grandes blocos -, como reserva ad eternum, deixando o restante para nossos patrícios trabalharem em paz?

O adensamento demográfico viabilizaria o ensino primário e a assistência médica, quase inviável para uma população esparsa, com vivendas separadas por extensos capões de mata.

Meu abraço. F.Cardoso

Jadir Fernandes de Miranda

Cambé - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 07/07/2009

Prezado Sr. Fernando Penteado

Meus parabéns pela carta acima.

Quero avalisar as palavras do leitor ,Leonardo Siqueira Hudson.

O mundo passa fome hoje e no futuro será pior.
Manter a lei de 20% de abertura e 80% de reserva de forma indiscriminada será um grave erro. Obrigar o produtor que foi estimulado a abrir 50% de suas áreas inclusive com incentivo do governo, em áreas hoje com infra-estrutura socioeconômicas estabelecidas a ter que voltar para 80% de reserva será outra enorme estupidez.

E acrescentar que , o produtor que comprou terras na bacia amazônica e já averbou os 50 % necessários na época , como ficam?
Se as averbações não dão direitos adquiridos porque fazer este documento , e arcar com os custos destes atos.

Espero que o povo e os políticos Brasileiros acordem em tempo de evitar que outros povos tomem conta do que é nosso.

ALCANCE PECUÁRIA

Bauru - São Paulo - Técnico
postado em 07/07/2009

Caro Sr. Penteado,

Não sou ambientalista, pois sou um pequeno criador de gado, vivo da pecuária pois tiro meu sustento dela, e principalmente sou um ex-caçador de perdizes e codornas e ainda caço no Uruguai e Argentina.

Acho que a natureza foi feita para convivermos em harmonia, e usufruirmos dela. Mas achar que florestas são um ônus, que sem elas a fotossintese não acontece, e necessitamos derrubar mais para produzir, são grandes equivocos.

Basta viajar um pouco pelo Brasil e verá a enorme quantidade de terras que virou capoeira. Sem utilidade alguma.

Vamos guardar as florestas para um aproveitamento mais racional no futuro, com a pecuaria, agricultura e principalmente o turismo, a industria que mais cresce no momento. Floretas não são mato, são reservas economicas.

Resposta do autor:

Prezado José Francisco:

Agradeço por haver lido meu escrito.

Ónus é encargo sem compensação.

Reserva só é econômica quando pode ser colocada em produção.

A mata intocada é muito pobre e insalubre: só visitando.

Fotossíntese produtiva não existe à sombra: até os índios abriam clareiras para plantar mandioca.

Áreas que viraram capoeira sem utilidade devem ter uma justificativa: só analisando caso a caso.

Floresta e mata são sinônimos na linguagem dos que desbravaram o sertão para plantar café. Se não fossem eles não estaríamos por aqui: só haveria índio e bicharada.

A natureza nem sempre oferece harmonia. Ás vezes é até madrasta quando nos manda tufões, tsunamis, erupções, tornados, terremotos, granizos, enchentes, estiagens, etc.

Grande abraço. F.Cardoso

Paulo Fernando Andrade Correa da Silva

São José dos Campos - São Paulo - Produção de leite
postado em 07/07/2009

Sr. Fernando.
Parabéns pela corajosa opinião. A virtude, em geral, costuma estar no meio. Neste assunto existe evidente falta de equilíbrio, que, posições como a sua, só tendem a contrabalançar.
Paulo Fernando.

Resposta do autor:

Prezado Paulo,

Obrigado pelo parabéns. A matéria é óbvia aos que conhecem a Amazônia e não têm preconceitos. O que vale é a lógica, não a coragem.

Grande abraço. F.Cardoso

claudio dabus figueiredo

figueiropolis d´oeste - Mato Grosso - Produção de gado de corte
postado em 08/07/2009

Caro Sr. Fernando Penteado. Sou um desses seus patricios,fui em 1982 para o MT, aos 20 anos,realizar meus sonhos, e como consequencia ajudei a realizar o Brasil que existe hoje. Tenho muito orgulho disso, e não vai ser gente como o Minstro Minc que vai destruir essa obra toda. Mas precisamos muito de apoio da sociedade"que ama a floresta sem conhece-la". Para que isso aconteça a mobilização de todos os setores da agropecuaria se faz, mais do que nunca necessaria. Na verdade nos faltam lideranças com capacidade de por em marcha um movimento nesse sentido. Se não mudarmos a forma como somos vistos, essa"briga"não acaba.

Roberto Trigo Pires de Mesquita

Itupeva - São Paulo - Produção de Gado de Corte
postado em 08/07/2009

Prezado Dr. Fernando,

Como pecuarista e economista sempre achei injustificável a pura e simples implantação da atividade agropecuária em terras de floresta alta. Mas quem sou eu para contraditar o grande mestre que aprendemos a admirar e respeitar inclusive através de suas sempre brilhantes manifestações no BeefPoint?

Só me atrevo a apresentar contraditório usando algumas afirmartivas extraídas do seu próprio texto sobre ILP publicado neste mesmo portal no final do ano passado:

"Segundo o IBGE, nos últimos 30 anos o rebanho de bovinos, nos estados de MT e PA em conjunto, passou de 4,5 para 32,4 milhões, com acréscimo de 27,9 milhões de cabeças. Essa notável evolução é responsável pelo auspicioso aumento das exportações de carne vermelha, sem prejuízo do abastecimento do consumo interno. Lembrando que os bovinos vivem de capim, pelo menos na fase da pecuária de cria e na maior parte do setor de engorda, investigamos a evolução da área de pastagem ocorrida no mesmo intervalo de tempo. Verifica-se, segundo o IBGE, que os dois estados em conjunto, sejam PA e MT, tinham 10,2 milhões de ha em 1975, e 36 milhões em 2006, seja um acréscimo de 21,8 milhões de hectares. Lembrando que os pastos nativos dos cerrados ralos, campos e varjões já eram pastoreados desde muitos anos, é lícito admitir que todo o acréscimo foi feito a partir de floresta primária, geralmente de mata alta.
Comparando os acréscimos da população bovina nesses dois estados e com o aumento da área de pastagem, nota-se que os pastos formados a partir de 1975 suportam uma pressão de pastoreio de 1,28 cabeças por ha, valor esse dentro das previsões para a média entre áreas novas e as de vários anos. A evolução da área de pastagem representou uma abertura média de 730.000 ha/ ano, ritmo que, ao que se noticia, está em declínio. Paralelamente tem havido uma redução da capacidade de suporte devido à natural queda da fertilidade do solo, que ocorre após os primeiros anos de vegetação exuberante. Ao mesmo tempo, as pastagens decadentes estão sendo substituídas por lavouras mais rentáveis do que a pecuária em pasto degradado, sendo questionável tanto o retorno dessas áreas para pecuária, como o prazo para que isso venha a acontecer. Não seria exagero concluir, então, que a pecuária de corte acha-se em processo de contração, principalmente quanto à fase de criação, pois a etapa de engorda pode, em tese, ser substituída pelo confinamento, apesar de os bois assim alimentados representarem menos de 10% do abate nacional. Não existem milagres. Pastos em decadência ao lado de menor entrada de pastagens novas resultarão na redução do rebanho de cria e na menor oferta de bezerros."

Dr. Fernando, faço minha suas conclusões naquele brilhante artigo, simplesmente recomendando que troquemos o modelo exploracional antigo e devorador de florestas altas por um modelo economico mais viável e sustentável para exploração de UMA NOVA PECUÁRIA COM ILP.

Gil Marcos de Oliveira Reis

Belém - Pará - Mídia especializada/imprensa
postado em 09/07/2009

Caro sr. Roberto Trigo Pires de Mesquita,

Está começando a ficar cansativo contraditar os seus textos mal informados.

Cansei de escrever respostas aos seus comentários maldosos contra a Amazônia e os Amazônidas, vou passar-lhe apenas uma informação:

- Acabei de entrevistar o Dr. Nilson Pinto (Doctor mesmo, com doutorado na Alemanha na área ambiental, desculpe falar do curriculo dele, entretanto, parece que o senhor gosta muito de informações que vem do exterior) Deputado e ex-presidente da "Comissão de Meio Ambiente da Câmara Federal, que deu a seguinte informação:

- A Amazônia tem 83% de sua cobertura florestal intacta, os únicos avanços do ser humano na região envolveu 17% para a sobrevivência.

Pare de ler e ouvir o que escrevem e dizem as ONGS estrangeiras, através da grande imprensa, procure ler informações e pesquisadores sérios.

O senhor que criticar alguém, critique os paulistas que preservam pouco menos de 25% do seu território e calcule quanto o senhor preserva na fazenda "Matão", Matão este que deve ser apenas alguns arbustos, depois vá ao espelho se critique e se envergonhe por ter desmatado mais que os Amazônidas.

O senhor não percebeu, ainda, que através dos seus comentários ofende os Amazônidas que estão simplesmente cuidando dos seus negócios e sequer sabem que sr. existe?

Aqui no Pará existem poucos pastos degradados, uma vez que, os pecuaristas sabem que o solo da região precisa ser recuperado de 8 em 8 anos e quem não é idiota cuida da regeneração do solo com auxílio de técnicos da EMBRAPA, porquanto, é única maneira de sobreviver aqui, se não for morto antes pelos animais, pelas doenças ou pelos invasores do MST e da FETRAF, sem esquecer que o maior desmatador da Amazônia é o INCRA.


cristiano fleury carvalho santos

Belo Horizonte - Minas Gerais - Produção de café
postado em 12/07/2009

Concordo com o Sr Jadir.

E quem averbou 50% quando era esta a regra do jogo e não abriu os 50%.

Agora fica com o patrimonio sem rentabilidade pois temos que preservar para os nosso "donos", os paises ricos; e o pior, sem receber nada, simplesmente porque querem.

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