"Desmatamento zero implica tolher o direito atual de abrir 20% das áreas florestadas. Implica também renúncia à captação da energia solar através da fotossíntese, viável onde chove e faz calor, mas que não acontece à sombra do dossel arbóreo.
Imagine nosso país coberto de mata até hoje. Onde estaria o progresso e desenvolvimento que viabiliza a vida, o conforto e a segurança dos que amam a floresta sem que a conheçam na intimidade?
A Amazônia tem 4,4 milhões de km2 dos quais 3/4 ou 4/5 são terras inundáveis, ou pedregosas ou inacessíveis, em que neste milênio ninguém vai tocar por ser economicamente inviável. Pode-se estimar que 3 milhões de km2 de floresta são permanentes por força da natureza: um ônus para o país. Agora querer desperdiçar aquele milhão de km2 aproveitável é mesmo que optar pela pobreza, pelo atraso, pelo subdesenvolvimento permanente. Valerá a pena?
Vejamos: o estado de MT, nos últimos 27 anos, mostrou que a área com cereais aumentou 6,6 Mi ha; a produção de cereais cresceu 21 Mi toneladas; o bovino proliferou mais 12 Mi de cabeças; o índice de desenvolvimento humano - IDH médio de 6 cidades novas chegou a um honroso 0,800.
Estaríamos arrependidos do que foi feito? Foi um erro substituir a flora natural pela agropecuária? Seria justo condenarmos o trabalho dos realizadores desse estupendo feito econômico, dessa notável conquista social?
Entendemos as campanhas internacionais temerosas de nossa concorrência. Urge reagir contra o repeteco de seus argumentos falaciosos e demagógicos.
Devemos nos orgulhar do feito de nossos patrícios pioneiros que abriram a mata para deixar entrar sol e assim criar civilização. São um exemplo a ser seguido: jamais condenado."
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Leonardo Siqueira Hudson
Belo Horizonte - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 07/07/2009
Prezado Sr. Fernando Penteado
Meus parabéns pela carta acima.
Os números são inquestionáveis.
Precisamos que os governantes tenham menos ideologia e mais ação baseada nos números e dados da pesquisa.
O mundo passa fome hoje e no futuro será pior.
Manter a lei de 20% de abertura e 80% de reserva de forma indiscriminada será um grave erro. Obrigar o produtor que foi estimulado a abrir 50% de suas áreas inclusive com incentivo do governo, em áreas hoje com infra-estrutura socioeconômicas estabelecidas a ter que voltar para 80% de reserva será outra enorme estupidez.
Resposta do autor:
Prezado Leonardo,
Muito obrigado pelas amáveis palavras que me fizeram pensar. Porque não separar 80% da mata amazônica - em grandes blocos -, como reserva ad eternum, deixando o restante para nossos patrícios trabalharem em paz?
O adensamento demográfico viabilizaria o ensino primário e a assistência médica, quase inviável para uma população esparsa, com vivendas separadas por extensos capões de mata.
Meu abraço. F.Cardoso