O jornal inglês diz que, nos últimos meses, a economia brasileira corria o risco de superaquecer devido ao aumento de consumo. Com a crise financeira, a economia brasileira pode esfriar sem reduzir demais o crescimento, segundo os economistas consultados. "Os efeitos (da crise financeira mundial) serão muito mais benignos aqui do que nos países desenvolvidos", disse o economista-chefe de um grande banco estrangeiro em São Paulo.
Esses seriam alguns dos sintomas da "sorte" brasileira. Porém, ao mesmo tempo, o país estaria acumulando problemas. "Com o aumento da inflação nos últimos meses, mantê-la sob controle ficou aos cuidados do Banco Central. O papel da política fiscal, que continua sendo altamente expansionista, tem sido ignorado", escreve o FT.
Segundo o economista Sérgio Vale, os gastos públicos podem abrir espaço para "coisas ruins". "O governo não vê os gastos públicos como um fator na inflação. Ele os vê como contribuição para o crescimento", disse.
"Se o Brasil perder o controle da política fiscal, ele poderá minar a política monetária. No final, as expectativas de inflação a longo prazo são determinadas pela política fiscal, não pela política monetária", disse Augusto de la Torre, economista-chefe para América Latina e Caribe do Banco Mundial.
A matéria foi publicada no site do Uol, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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