Os bancos operadores da nova linha de crédito, lastreada em recursos do BNDES, têm uma recomendação oficial para serem mais agressivos na oferta de crédito, mas dentro das "margens técnicas" fixadas pelas regras atuais. Há, ainda, um veto do governo a empréstimos para quitação de dívidas bancárias.
A orientação é usar a linha somente para reforçar o caixa de empresas e cooperativas, garantindo o pagamento de fornecedores de matéria-prima, como pecuaristas e produtores de cana, e de direitos trabalhistas. Assim, ficaria garantida a irrigação do crédito aos elos mais fracos da cadeia produtiva. Além disso, as operações das sociedades candidatas ao novo crédito deverão ser suficientes para garantir o pagamento de dívidas de longo prazo, segundo recomendação oficial.
Para fechar operações, os bancos devem solicitar garantias reais aos potenciais beneficiários dos empréstimos, que terão juros mais baixos, subsidiados pelo Tesouro Nacional. Estoques e propriedades parcialmente hipotecadas podem ser usados.
As instituições financeiras começaram a levantar informações sobre a carteira de credores de algumas empresas, além da situação trabalhista e de eventuais planos de demissão. Em duas semanas, alguns bancos esperam ter um retorno das avaliações iniciais das empresas e cooperativas candidatas ao crédito. Os juros dos empréstimos serão de 11,25%. Serão cobrados "spreads" (diferença de custos de captação e empréstimo) de 3% pelos bancos operadores e de 1% pelo BNDES.
A matéria é de Mauro Zanatta, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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