No texto que autoriza a elevação no limite de recursos disponíveis para crédito, divulgado ontem (25) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a justificativa é "não prejudicar o abastecimento interno e os compromissos de exportação". Segundo Francisco Erismá, coordenador-geral de crédito rural e normas da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, as medidas visam fortalecer a produção de uma cultura que "produz impacto poderoso em outras cadeias produtivas".
A avaliação do governo é que os preços das sacas de milho devem cair até o fim do ano por uma combinação entre estímulos à produção interna, como a ampliação de crédito para custeio, e perda de força nos preços negociados no mercado internacional. Neste caso, o milho tem sofrido um efeito semelhante a outras commodities, cujos contratos de derivativos futuros, negociados na Bolsa de Valores de Chicago (EUA), têm perdido fôlego desde que a turbulência nos mercados financeiros começou, no início de agosto.
O governo entende que o preço médio da saca de milho pode cair até um patamar que continue rentável ao produtor, mas que seja benigno para a inflação. Nos 12 meses terminados em julho, dado mais recente divulgado pelo governo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou variação de 6,87% - acima, portanto, do teto da meta de 6,5% perseguida pelo Banco Central para o ano.
Além da ampliação do limite de crédito para os produtores de milho da região Centro-Oeste do país, o CMN divulgou ontem a ampliação do prazo de carência dos empréstimos direcionados à aquisição de reprodutores e matrizes bovinas e bubalinas, de 18 para 24 meses, e também prorrogou até junho de 2013 o prazo para pequenos produtores obterem junto ao governo sua regularização fundiária.
As informações são do jornal Valor Econômico, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
Envie seu comentário: