Em uma década, o governo acredita que o consumo interno de fertilizante atingirá 25 milhões de toneladas por safra, 15 milhões de toneladas a mais do que o consumo previsto para este ano. "O custo disso, nos preços atuais ao país, será de US$ 15 bilhões. O saldo da balança comercial do agronegócio vai atingir US$ 18 bilhões em 2009. Quer dizer: vamos gastar nosso saldo com fertilizante", avalia Ali Saab, assessor de gestão estratégica do Ministério da Agricultura.
No próximo dia 25, o Ministério da Agricultura receberá um relatório completo sobre as jazidas potenciais e confirmadas de fósforo e potássio em todo o território nacional das mãos do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral). Em potássio, a dependência do Brasil é ainda grande, 91% da demanda é importada.
Não é um projeto simples, tampouco barato. As estimativas indicam a necessidade de investimentos de até US$ 2 bilhões, fora o custo ambiental envolvido no negócio.
O Ministério da Agricultura cobrou empenho da Petrobras na expansão da oferta de uma importante matéria-prima para fertilizantes: o gás natural e a nafta (derivado do petróleo). Essas matérias-primas são a base para produzir o insumo principal para a produção de fertilizantes nitrogenados, como nitrato de amônia e uréia. O problema é que o país ainda é dependente de nafta importada e o gás natural é destinado a outros usos, como geração de energia elétrica ou como combustível automotivo. "Essa é uma questão que o Brasil deve discutir. O gás natural será usado para produção de fertilizante ou para movimentar táxis em São Paulo e no Rio de Janeiro?", questiona Mario Barbosa, presidente da Bunge e da Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos).
A expectativa do governo é que a Petrobras assegure volumes de gás suficientes para, pelo menos, duplicar a produção de fertilizantes nitrogenados.
Outra saída para segurar a alta dos fertilizantes está sendo estudada pelo governo federal, que é estimular as cooperativas de produtores a misturarem o próprio adubo. O governo acha que parte da alta do preço do fertilizante decorre da falta de concorrência no setor e espera que essas medidas reduzam em até 20% o preço do fertilizante para o produtor.
André Pessôa, diretor da Agroconsult, diz que as cooperativas teriam de pagar o preço internacional das matérias-primas e que não obteriam, portanto, qualquer vantagem na operação.
As informações são da Folha de São Paulo.
Adimar Leonel Souto
São Francisco de Sales - Minas Gerais - Produção de gado de corte
postado em 12/05/2008
Realmente é um absurdo a evolução nos preços dos fertilizantes/fosfatos bicálcio, elevando a níveis intoleráveis os custos para produção agrícola e pecuária. Caso não encontre uma solução para o problema, além da balança comercial enfraquecida, possivelmente o País passara por uma drástica redução na sua produtividade agropecuaria, pois não acreditamos que o governo permitira que os produtos acompanhem o mesmo índice de aumento dos insumos, e sendo assim a classe produtora ja bastante deficitária não terá condições de continuar investindo e o resultado será desastroso, principalmente para os produtores, porém, o País que não tem produção não tem impostos, taxas, empregos, transporte, etc, de toda a cadeia que é fomentada pelo agronegócio.
Saudações.