No mercado financeiro, essa estimativa mais tímida de crescimento é vista como teto nas projeções mais otimistas para 2012. A determinação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no entanto, é manter o otimismo em torno de uma estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) mais forte.
O governo quer evitar que uma estimativa de crescimento menor contagie as perspectivas de investimentos, dando início a um círculo vicioso para a economia. Além disso, membros da área econômica avaliam que novas medidas em estudo para estimular o crédito, como já sinalizou Mantega, terão força para acelerar o crescimento.
Por isso, as projeções de PIB do Ministério da Fazenda são sempre mais altas do que as do mercado e levam em conta cenários bem mais otimistas. É com essa estratégia que o ministro resolveu fixar uma meta de crescimento para 2012, e não apenas uma mera estimativa.
Para o economista-chefe da LCA Consultores, Braulio Borges, o fraco desempenho da atividade no segundo semestre deste ano não deve colaborar para dar um empurrão à expansão do País em 2012, que, para ele, deve ser de 3,1%. "O PIB no quarto trimestre também deve apresentar estagnação."
Até a semana passada, o economista acreditava que o PIB poderia crescer 0,4% no último trimestre de 2011, mas, após a divulgação do indicador do BC sobre atividade econômica de outubro, que caiu 0,32% ante setembro, Borges passou a apostar num resultado nulo da economia no fechamento do ano. Ele estima que o Brasil terá uma expansão de 2,8% em 2011.
De acordo com Borges, estímulos fiscais do governo para aquecer a demanda agregada, especialmente o consumo de bens duráveis, como eletrodomésticos, não devem surtir tanto efeito quanto no fim de 2008 e início de 2009. "As famílias estão muito endividadas. Portanto, a renda disponível para adquirir novas mercadorias está limitada", comentou.
As informações são do jornal O Estado de São Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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